PIB, Payroll e balança comercial

Resumo da semana: olhos nos EUA e dados no Brasil

Os olhos se voltaram para os EUA durante a primeira semana de setembro (de 1º a 6 de setembro). Paralelamente, o Brasil foi marcado pela divulgação de dados importantes sobre o mês de agosto, o primeiro após o tarifaço estar vigente

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(Foto: Freepik)

Os olhos se voltaram para os EUA durante a primeira semana de setembro (de 1º a 6 de setembro). Paralelamente, o Brasil foi marcado pela divulgação de dados importantes sobre o mês de agosto – o primeiro após o tarifaço estar vigente- e, no aspecto político, pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na sexta-feira (29) veio à público uma decisão de um tribunal federal de apelações dos EUA de que as tarifas sancionadas pelo presidente republicano são ilegais.

Segundo o Wall Street Journal, os juízes consideraram que o presidente foi “longe demais ao usar poderes de emergência”. O placar no tribunal foi de sete a quatro. A decisão do tribunal confirma a decisão de uma instância inferior.

Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, afirmou que é de extrema relevância acompanhar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro para a chegada de possíveis anúncios de novas sanções de Donald Trump.

Na segunda-feira (1º) foi divulgado o PMI (Índice de Gerentes de Compras) para indústrias, índice compilado pela S&P Global, e o resultado não foi positivo. O número caiu para 47,7 em agosto, de 48,2 em julho, chegando ao nível mais baixo desde junho de 2023. De acordo com especialistas, o resultado já reflete o impacto do tarifaço e também a política monetária restritiva do país.

Nos Estados Unidos foi feriado de Dia do Trabalho e a baixa liquidez fez com que o Ibovespa terminasse o dia em queda.

O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou na terça-feira (2) que irá recorrer da decisão do tribunal federal de apelações na Suprema Corte.

“Vamos levar à Suprema Corte, acreditamos que amanhã [quarta-feira], porque precisamos de uma decisão rápida”, disse Trump a jornalistas. Ele acrescentou que pedirá uma “decisão expedita” e advertiu que, “se as tarifas forem eliminadas”, os Estados Unidos poderiam “acabar sendo um país do Terceiro Mundo”.

No Brasil, foi divulgado o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre de 2025. Segundo os dados divulgados pelo IBGE, a economia brasileira registrou crescimento de 0,4% no segundo trimestre de 2025, em um ritmo mais lento que o observado anteriormente. O resultado não foi tão bem recebido e, somado às incertezas diante dos EUA e com o medo de retaliações devido ao julgamento de Bolsonaro, o Ibovespa fechou o dia também em queda.

Na quarta-feira (3) foi divulgado o Livro Bege do Fed (Federal Reserve). O relatório apontou que a atividade econômica e o emprego nos EUA tiveram pouca ou nenhuma alteração nas últimas semanas. Já os preços subiram de forma moderada ou modesta. Os resultados também abriram as portas para entender o aumento de banqueiros federais que defendem o corte na taxa de juros ainda em setembro.

Já os dados de emprego, o JOLTS, apontaram que abertura de postos de trabalho cai a 7,181 milhões em julho. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam a criação de 7,373 milhões de vagas no período. O Ibovespa fechou novamente em queda.

O principal índice acionário do Brasil voltou a fechar em alta na quinta-feira (4). Durante o dia, foi divulgada a balança comercial de Agosto, o primeiro mês com o tarifaço em vigência. O Brasil teve superávit de US$ 6,133 bilhões em agosto, saldo 35,8% mais alto do que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando ficou positiva em US$ 4,5 bilhões. O valor embarcado para os norte-americanos caiu 18,5% ante agosto de 2024.

Durante o dia o mercado também repercutiu a não venda do Banco Master para o BRB, operação que foi proibida pelo BC (Banco Central) na noite de quinta. O Banco Central tinha um prazo de um ano para tomar sua decisão a respeito da operação, mas se antecipou e optou por indeferir a compra.

Durante o dia, as ações do BRB (BSLI3) chegaram a despencar 11% e fecharam o dia com recuo de 5,56%.

O dado mais aguardado da semana, o Payroll, está previsto para ser divulgado na manhã desta sexta-feira (5). Os dados prévios de geração de emprego nos EUA já apontam para uma desaceleração, o que aponta para um possível corte na taxa de juros pelo Fed ainda em 2025. No Brasil, serão divulgados os dados de produção de veículos.