Radar da Semana

Resumo da semana: agenda traz PIB, inflação e emprego no radar global

Após semana de instabilidade, investidores acompanham agenda de inflação, empregos e dados econômicos nos EUA, Brasil e Europa

Agenda econômica
Agenda / Foto: CanvaPro

A primeira semana de setembro foi marcada por atenção aos EUA e ao Brasil. Nos EUA, a decisão de um tribunal federal de apelações considerou ilegais as tarifas impostas por Donald Trump, que será recorrida na Suprema Corte, enquanto o Livro Bege do Fed apontou estabilidade na economia e no emprego, mas inflação moderada.

No Brasil, o PIB do segundo trimestre cresceu 0,4%, abaixo do esperado, e o superávit da balança comercial de agosto foi de US$ 6,133 bilhões, mas com queda de 18,5% nas exportações para os EUA.

O Ibovespa apresentou oscilação, refletindo tanto fatores externos quanto decisões políticas locais, como a indeferida venda do Banco Master ao BRB.

Apesar disso, o índice terminou a semana com recorde histórico de fechamento, com  aos 142.640,14 pontos. O Ibovespa chegou a bater os 143.408,64 pontos na máxima do dia e encerrou a semana com um acréscimo de 0,9%.

“Isso acontece porque o payroll aumenta a probabilidade de que hajam três cortes de 25 pontos base cada nas taxas de juros norte-americanas e Com isso, espera-se que haja uma entrada de fluxo de investidor estrangeiro bem forte nos mercados emergentes entre eles e o Brasil”, explicou Gabriel Mollo, analista de investimentos da Daycoval Corretora

“Além disso, não teve nenhuma notícia negativa do cenário interno,
então não houve nada que atrapalhasse a renovação da máxima. Acredito que depois disso o mercado dê uma leve realizada e deve fechar em uma alta positiva. E o mais importante é que com esse dado de hoje, nós acreditamos que semana que vem o mercado pode continuar subindo já que a expectativa é que o FED corte três vezes os juros e faça com que haja uma migração da renda fixa para a renda variável”.

Semana começa com atenção a indicadores e decisões econômicas

Investidores terão uma semana intensa à frente, com dados que podem influenciar desde a política monetária até o desempenho das bolsas e do dólar.

No Brasil, destaque para o Boletim Focus na segunda-feira (8), que trará as expectativas do mercado para inflação, PIB e Selic, seguido pela taxa de desemprego de julho, prevista em 8,1%, e pelo IPCA na quarta-feira (10), índice oficial de inflação.

Ao longo da semana, serão divulgados ainda indicadores de inflação por classes de renda (IPC-C1 e IPC-C2), que permitirão avaliar os impactos do tarifaço sobre diferentes segmentos da população.

Nos EUA, o foco estará na divulgação da inflação ao consumidor e nos leilões de títulos do Tesouro na segunda-feira (8), enquanto terça-feira (9) reserva dados de confiança do pequeno empresário (NFIB), revisão da folha de pagamento não agrícola e estoques de petróleo.

Na quarta-feira (10), será divulgada a situação orçamentária de agosto, e na quinta-feira (11), os investidores acompanharão as taxas de inflação mensal e anual, leilões de títulos e o balanço do Fed (Federal Reserve).

A semana termina com a contagem de plataformas de petróleo (Baker Hughes) na sexta-feira (12), dado que pode impactar o mercado de energia.

Mercados globais atentos a inflação e dados econômicos da Ásia e Europa

No cenário global, os olhos também estarão na Zona do Euro, com a divulgação do índice de preços ao consumidor, e na China e Japão, que devem apresentar dados de PIB, produção industrial e vendas no varejo, informações essenciais para entender a dinâmica da economia mundial.

Com tantos indicadores em foco, a expectativa é de que os mercados sigam sensíveis a sinais de inflação, emprego e produção, que podem influenciar tanto políticas monetárias quanto decisões de investidores no Brasil e no exterior.