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IPP: preços da indústria caem pela sexta vez

As atividades que mais "pesaram" no índice de julho foram as indústrias de alimentos, metalurgia, indústrias extrativas e fabricação de máquinas e equipamentos.

A indústria de alimentos foi a que teve o pior desempenho (Foto: reprodução/ Sensio)
A indústria de alimentos foi a que teve o pior desempenho (Foto: reprodução/ Sensio)

Os preços da indústria nacional registraram queda de 0,30% no mês de julho ante ao mês de junho, oficializando a sexta taxa negativa consecutiva. Dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia) nesta sexta-feira (5).

Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos sem impostos e fretes, e abrande as grandes categorias econômicas.

No acumulado e 12 meses o IPP teve alta de 1,36. Já o acumulado no ano de 2025 teve um resultado negativo em 3,42%. No mesmo mês do ano passado, a variação mensal foi de 1,53%.

Durante o sétimo mês do ano, metade das 24 atividades industriais tiveram variações negativas de preço em comparação com o mês anterior, acompanhando a variação do índice na indústria geral. Em junho, 14 das atividades tiveram variação negativa frente a maio de 2025.

As atividades que mais “pesaram” no índice de julho foram as indústrias de alimentos (-0,33 p.p.), metalurgia (-0,11 p.p.), indústrias extrativas (0,10 p.p.) e fabricação de máquinas e equipamentos (0,06 p.p.).

Em termos de variação, indústrias extrativas (2,42%), metalurgia (-1,65%), produtos de metal (-1,54%) e perfumaria, sabões e produtos de limpeza (1,41%) foram os destaques do mês de julho.

Alimentos e metalurgia

O setor de alimentos (1,33%) voltou a mostrar variação negativa, a sexta no ano, porém menos intensa do que a observada em junho (3,42%). Dessa forma, o acumulado no ano está em -7,17%, maior queda acumulada até um mês de julho em toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 2010.

Em julho de 2025, os preços estavam 3,50% mais altos do que os de julho de 2024, menor resultado desde maio de 2024 (-1,41%). O resultado de julho deste ano, no acumulado no ano, significou a quarta variação mais intensa registrada dentre os 24 setores industriais analisados.

Nesse mesmo universo, a variação de alimentos foi a primeira colocada no ranking de influências mais intensas na variação mensal (-0,33 p.p.), no acumulado no ano (-1,85 p.p.) e no acumulado em 12 meses (0,85 p.p.).

“Em relação ao setor de alimentos, podemos destacar os menores preços dos açúcares, recuo que está em linha com a queda dos preços internacionais, muito por conta de um aumento da oferta em grandes países produtores, como a Índia, a Tailândia e o Brasil. Isso fez com que o grupo de fabricação e refino de açúcar apresentasse uma retração de 4,31% em julho e fosse a principal influência no resultado setorial. Outro aspecto relevante foi a redução dos preços do café, explicada pelos custos de produção mais baixos, em grande parte pelo início da colheita de novas safras no país, que fez com que o grupo de torrefação e moagem de café apresentasse a maior queda no indicador mensal em toda a sua série histórica, com um recuo de 6,20% em julho. As quedas verificadas nos sucos de laranja e nos derivados da soja também contribuíram”, destaca Murilo Alvim, gerente do IPP. Ele lembra que todos esses produtos, por serem exportáveis, têm suas variações de preços impulsionadas pela variação do dólar.    

De junho para julho de 2025, metalurgia (-1,65%) teve a segunda maior influência (-0,11 p.p.) no desempenho negativo da indústria, dentre todas as atividades pesquisadas. Trata-se do sétimo mês seguido em queda, período no qual acumulou uma retração de 11,01%, segunda variação mais intensa. Já o acumulado em 12 meses, após 13 resultados positivos em sequência, apresentou resultado negativo, com os preços da atividade em julho de 2025 estando, em média, 0,14% abaixo dos de julho de 2024.  

“A queda de metalurgia foi puxada, principalmente, pelos menores preços de produtos do grupo de siderurgia, que, por sua vez, apresentou recuo de 2,69% no mês, em sintonia com uma maior oferta de aço no mercado e pela retração acumulada dos preços dos minérios de ferro, apesar da alta pontual da commodity em julho. Por outro lado, a alta dos minérios de ferro, um movimento que acompanhou a cotação no mercado internacional, foi a principal responsável pelo resultado do setor extrativo, que seguiu na direção contrária da média da indústria e apresentou alta de 2,42% no mês, sendo a principal influência positiva no resultado geral do IPP, segurando um pouco a queda observada no índice”, acrescentou Murilo. 

Pela perspectiva das grandes categorias econômicas, a variação de preços observada na passagem de junho para julho de 2025 repercutiu da seguinte forma: 0,51% de variação em bens de capital (BK); -0,32% em bens intermediários (BI); e -0,43% em bens de consumo (BC), sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis (BCD) foi de 0,30%, ao passo que nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) foi de -0,57%. Os bens intermediários (-0,17 p.p.) foram os que mais influenciaram o IPP em julho.