Em manifestação na tarde desta terça-feira (9), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o governo dos EUA está disposto a usar poder econômico e até meios militares para “proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”.
A afirmação foi feita logo após o final do voto do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF), em que decidiu pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus, no julgamento que analisa a trama golpista.
Karoline Leavitt disse em seu breafing à imprensa que a defesa da liberdade de expressão é prioridade do presidente Donald Trump.
Questionada sobre possíveis retaliações ao Brasil caso Bolsonaro seja condenado, Leavitt disse que não há discussão no governo sobre novas sanções tarifárias.
A porta-voz reforçou, também, que o governo norte-americano trata a liberdade de expressão como “prioridade estratégica”.
“A liberdade de expressão é a questão mais importante dos nossos tempos. Presidente Trump toma isso muito em sério, e por isso tomamos ações contra o Brasil”, completou Leavitt.
Embaixada dos EUA replica mensagem crítica
Mais cedo, durante o voto do ministro Alexandre de Moraes, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil republicou uma mensagem postada nesta segunda (8) nas redes sociais do subsecretário de Diplomacia Pública, Darren Beattie.
Na mensagem, Beattie promete que o governo tomará “medidas cabíveis” contra o ministro Alexandre de Moraes.
“Dia 7 de setembro marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores de liberdade e justiça. Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais – continuaremos a tomar as medidas cabíveis”, afirmou o membro do governo Trump.
Na última quinta (4), Darren Beattie teve um encontro na Casa Branca com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o influenciador Paulo Figueiredo, junto com integrantes alto escalão do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
Além de Darren Beattie, esteve presente no encontro o conselheiro sênior para o Hemisfério Ocidental, Ricardo Pita.
Na conversa, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro falou sobre as iniciativas de aliados para fazer avançar propostas sobre a anistia ao 8 de janeiro no Congresso Nacional.
Não é a primeira vez que o subsecretário Beattie faz comentários sobre o Brasil em postagens nas suas redes sociais.
No início de agosto, dois dias após Moraes decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, o subsecretário publicou que o ministro “é o principal arquiteto do complexo de censura e perseguição” ao ex-mandatário brasileiro.