O Goldman Sachs reiterou recomendação de compra para as ações da Petrobras (PETR3; PETR4), destacando quatro eixos principais na tese de investimento: produção, capex, fusões e aquisições (M&A) e o cenário político-eleitoral de 2026.
O banco fixou preço-alvo de R$ 38,70 para PETR3 (potencial de alta de 17%) e de R$ 35,20 para PETR4 (alta de 15%).
A estatal tem mostrado desempenho operacional acima das expectativas. Em julho, a produção cresceu 16% em relação a janeiro, puxada pela entrada acelerada de novos FPSOs.
Produção acima do esperado
Para 2025, o Goldman projeta avanço de 12% na produção, superando o consenso de mercado, enquanto para 2026 a estimativa é de moderação, com crescimento de 3%. A nova plataforma P-78 deve iniciar operações no 4º trimestre deste ano.
No lado dos investimentos, a Petrobras tem antecipado aportes para acelerar a entrada de projetos, o que pressiona o capex.
As projeções do Goldman subiram para US$ 18,1 bilhões em 2025 e US$ 16,9 bilhões em 2026, frente a estimativas anteriores de US$ 15,2 bilhões e US$ 15,8 bilhões.
Em relação a M&A, o banco cita três possibilidades em análise: participação no leilão de campos do pré-sal previsto para dezembro de 2025, aquisição em empresa de etanol e eventual retorno ao setor de GLP (gás de cozinha).
Segundo a avaliação, eventuais operações poderiam reduzir dividendos no curto prazo, mas só devem ganhar tração a partir de 2026, exceto o leilão já agendado.
Dividendos e valuation
O Goldman calcula um dividend yield de cerca de 11% para 2026, com base apenas na política ordinária de remuneração, e um FCF yield de 9% no mesmo período, frente a 5% dos pares americanos e 10% dos europeus, assumindo o Brent a US$ 65 por barril.
Para os analistas, mesmo sem parecer barata, a ação segue entre as preferidas frente a outras estatais do setor, como YPF e Ecopetrol, sustentada por dividendos atrativos, forte geração de caixa e crescimento robusto da produção em 2025.