A CMA Terminals concluiu, na véspera, a oferta pública de aquisição (OPA) das ações da Santos Brasil ao preço de R$ 14,38 por ação, totalizando R$ 5,23 bilhões. A operação tem como objetivo a saída da empresa do segmento Novo Mercado da B3 e o fechamento do capital.
A CMA adquiriu 363,56 milhões de ações, equivalentes a 42,07% do capital social, passando a deter 93,07% da companhia, conforme comunicado ao mercado.
A liquidação financeira da OPA está prevista para 16 de setembro.
BTG: fatia de Santos Brasil pela CMA não deve enfrentar obstáculos
A compra de 48% da Santos Brasil pela CMA CGM não deve enfrentar significativos obstáculos antitruste, segundo análise do BTG Pactual. O banco ressalta que, ao contrário de outras empresas de logística de destaque, a adquirente francesa não atua no Porto de Santos.
Para os analistas, essa situação reduz a probabilidade de o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contestar a transação. Lucas Marquiori e Fernanda Recchia acreditam que a entrada da CMA no mercado de contêineres de Santos deve alterar a dinâmica do setor na região.
Eles apontam que já havia especulações sobre uma possível integração, uma vez que a operação da Santos Brasil inclui o maior terminal portuário independente do Porto de Santos, em um contexto de capacidade restrita.
Por outro lado, a escolha da CMA como compradora foi “um tanto surpreendente”, uma vez que outras empresas, como Maersk e MSC, eram vistas como favoritas por já atuarem na região.
“No entanto, o fato de ambos administrarem em conjunto o terminal BTP poderia ter criado problemas antitruste na aprovação de uma potencial oferta para Santos”, afirmam, destacando que isto não deve acontecer com a chegada da CMA.
Embora as ações tenham acumulado uma valorização de 40% ao longo do ano, o banco já esperava uma resposta positiva do mercado, enquanto os papéis dispararam 15% nesta segunda-feira. Os especialistas também prevêem a participação dos acionistas minoritários na oferta pública (tender offer) planejada para a transação.