David Ellison, filho do cofundador da Oracle e atual “homem mais rico do mundo”, Larry Ellison, está atrás de adquirir o estúdio Warner Bros. Discovery por US$ 71 bilhões.
Semanas depois de ter adquirido a Paramount Global por US$ 8 bilhões e formar a nova Paramount Skydance, David Ellison quer unir dois grandes estúdios de filmes e TV. Uma fusão entre as duas reduziria os principais estúdios antigos de Hollywood para quatro e uniria alguns dos maiores do setor de notícias, filmes e TV.
O acordo também enfrentará obstáculos financeiros, operacionais e de investidores, bem como a possível interferência do presidente Donald Trump, um alvo frequente da Paramount este ano.
“Não sei se o governo permitirá isso”, disse Raymond Sfeir, diretor do Anderson Center for Economic Research da Chapman University em Orange, na Califórnia.
“Já é um setor muito concentrado, e agora você terá ainda mais concentração. Haverá menos concorrência para o streaming. Quando há menos concorrência, os preços aumentam com o tempo.”
A Paramount é proprietária da CBS News, da MTV e da Nickelodeon, além de seu estúdio de cinema e TV. Enquanto a Warner é a controladora da HBO, da CNN, TNT e do Cartoon Network, além de seu estúdio – um dos maiores da atualidade.
A fusão entre as duas levaria a milhares de demissões, devido a consolidação de negócios como seus serviços de streaming concorrentes: Paramount+ e HBO Max.
O diretor executivo da Warner, David Zaslav, acredita que seu estúdio e sua operação de streaming serão negociados com um grande prêmio em relação à empresa atual, uma vez separados das redes a cabo, que têm muitas dívidas. Ele pretende concluir essa separação até abril.
O atual valor de mercado da Warner é de US$ 40 bilhões. Incluindo a dívida líquida, a empresa vale cerca de US$ 71 bilhões. Além de filho da pessoa mais rica do mundo, com fortuna de US$ 363 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index, a oferta da Warner tem apoio da família Ellison.
Crise com o governo Trump
Ambas as empresas foram alvo de ataques do presidente Trump, que demonstrou estar disposto a usar alavancas governamentais contra seus supostos inimigos.
Trump processou a Paramount há um ano, ao alegar que a CBS News havia se envolvido em interferência eleitoral ao editar uma entrevista com a então vice-presidente Kamala Harris para parecer mais lisonjeira.
Ele chegou a um acordo de US$ 16 milhões com a Paramount em julho. Os novos proprietários concordaram em mudanças no setor de notícias da companhia.
O presidente americano rotineiramente chama a CNN de “Fake News CNN” e, anteriormente, de “Clinton News Network”.
Caso o acordo fosse concretizado, a Paramount acrescentaria as dificuldades da Warner às suas próprias.