O queijo é um dos alimentos derivados do leite mais consumidos no Brasil. E em todos os anos, os especialistas deste alimento trabalham arduamente para deixar o produto cada vez mais agradável aos paladares, optando por ingredientes novos e que combinem entre si, para deixar a iguaria saborosa, aromática e com uma textura perfeita durante a criação de uma nova receita.
Breve história do produto
Em Caçapava, no interior de São Paulo, Camila Almeida, proprietária da Estância Silvânia se preparava para o Mondial du Fromage, na França, e queria criar algo que representasse a cidade e que ainda atraisse a atenção de quem aprecia laticínios.
Num certo dia, ela encontrou a resposta para o que tanto procurava: a audaciosa formiga içá, ou como é conhecida popularmente, a tanajura.
O consumo do inseto é normal em várias regiões do Brasil, sobretudo no Nordeste, e frequentemente utilizada em farofas, petiscos e até em pizzas e bolos. A formiga içá apresenta grandes valores nutricionais devido ao seu alto teor proteíco e totalmente seguro para consumo.
“Como tinha o objetivo de atrair público para as fazendas que trabalham com turismo rural, incluindo a nossa, pensei em fazer alguma coisa que fosse destaque por aqui. E com a Içá, as pessoas têm o hábito de se reunir para comer na farofa. É muito cultural em Caçapava”, explica a empresária ao Globo Rural.
Premiação
A inclusão do inseto no queijo paulista pode até parecer esquisita, mas é uma prática antiga na alimentação que iniciou com os povos indígenas e perpetua até hoje na tradição de muitas famílias brasileiras.
“A gente torra a formiga antes de colocar no queijo durante a enformagem, uma das etapas do processo. Isso, aliás, foi um desafio grande, porque trabalhar com ela não é possível em outros momentos, apenas na enformagem é que conseguimos usá-la”, afirmou Camila ao jornal.
Após a criação do “Queijo Taiada”, em 2021, feito especialmente pensando no torneio internacional francês de queijos e laticínios, a Estância Silvânia faturou medalha de bronze na competição internacional e ainda recebeu um convite para a expor a iguaria brasileira no Salon du Fromage, de Paris, no ano seguinte.