Novos horizontes

Acordo Mercosul-EFTA deve ser assinado no Rio na próxima terça (16)

O bloco EFTA é composto por quatro países europeus e as negociações para o acordo foi iniciado em 2017

Mercosul /Foto:Canvapro
Mercosul /Foto:Canvapro

O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio), composto por Suíça, Islândia, Noruega e Liechtenstein deve ser assinado na próxima terça-feira (16), no Rio de Janeiro.

As negociações para o acordo entre os blocos iniciaram em junho de 2017, em Buenos Aires. Houve, ao todo, 14 rondas de negociações até a conclusão em julho deste ano.

O anúncio foi divulgado pelo MRE (Ministério das Relações Exteriores) através de nota pública.

Segundo o fato relevante: “Para o Brasil, a consolidação da união aduaneira, a diversificação das parcerias econômico-comerciais do Mercosul e a modernização e aprofundamentos dos acordos regionais vigentes constituem objetivos essenciais, em meio a cenário internacional instável e complexo. A presidência brasileira enfatizará, ainda, a importância do apoio ao processo de adesão plena da Bolívia ao Bloco”, diz o comunicado.

O Brasil está na presidência temporária do bloco. O acordo deve ser assinado durante a reunião dos chanceleres do bloco sul-americano, que será liderado pelo ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira.

Brasil vê Itália como decisivo para aprovar acordo Mercosul-UE

governo brasileiro vê a Itália como “fiel da balança” para a aprovação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia no Conselho Europeu, instância que reúne governantes dos 27 países do bloco.

Para passar no conselho, o tratado necessita da validação de ao menos 15 dos 27 países. Esses países devem representar, no mínimo, 65% da população total da União Europeia.

Na avaliação de Brasília, há sinais de bom agrado oriundos da França Polônia. No entanto, ainda existe uma grande chance de votos desfavoráveis ou abstenções por parte dos dois países, devido a fortes lobbies agrícolas. Somados, ambos os países chegam a quase 24% da população europeia.

Itália é fator determinante

Para o Itamaraty, a chave está em Roma. A Itália possui mais de 13% dos habitantes do bloco. De acordo com afirmações de uma fonte diplomática à CNN, se a Itália for voto desfavorável, “o acordo morre”.

Todavia, segundo essa fonte, há sinalizações positivas do governo de Giorgia Meloni quanto à aprovação do acordo com o Mercosul, apesar de certa resistência de agricultores italianos.

Brasília segue atenta à postura de países menores da UE, mas que, se unidos contra o acordo, podem acumular votos e habitantes suficientes para barrar o tratado. A IrlandaÁustria, Holanda e Bélgica estão sendo observadas atentamente.

O Itamaraty está convicto de que o Conselho Europeu vai segurar a análise do acordo enquanto não estiver seguro de contar com votos suficientes. A própria Comissão Europeia, avalia-se, só enviou o tratado ao conselho porque sente que há chances de aprová-lo.

Já no Parlamento Europeu, onde a ratificação precisa de maioria simples (após o aval do conselho), o monitoramento do governo brasileiro indica boas possibilidades de aprovação, sem folga, mas com inclinação favorável.