O diretor-geral da 99 Food no Brasil, Simeng Wang um investimento de R$ 2 bilhões no país. Segundo ele, o valor será aplicado na criação de pontos de apoio para os entregadores cadastrados na plataforma e numa parceria com uma fábrica de motos elétricas da China.
O executivo fez o anúncio após uma reunião fechada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o CEO da empresa chinesa Didi 99, Will Wei Cheng, realizada nesta segunda-feira (15), no Palácio do Planalto. Informações via G1 e Times Brasil.
De acordo com Wang, atualmente são 700 mil entregadores cadastrados na plataforma, que voltou a operar no Brasil em agosto. Segundo o diretor-geral, a previsão é que os pontos de apoio sejam instalados em todas as capitais e que seja um espaço para que os profissionais consigam descansar, dispondo de banco, cadeira, sofá, água, banheiro e espaço para recarregar os telefones. A estimativa é que o investimento custe R$ 50 milhões.
“Estamos fazendo o planejamento. Hoje operamos em duas cidades – Goiânia e São Paulo. Goiânia tem operação mais madura, com três pontos de apoio. Estamos analisando a parceria em São Paulo também. E temos parceria com a prefeitura do Rio de Janeiro para fazer isso.”
Sobre a parceria com a empresa de motos elétricas, Wang declarou que o objetivo é fabricar esses veículos localmente, para que os entregadores consigam fazer a compra de maneira mais acessível e economizem combustível.
“Vamos ter parceria, estamos com parceiro que já trabalha com a gente no México e Colômbia e são especializados em oferecer crédito para esse público”, disse o empresário.
“Estamos compartilhando os dados de uso de moto na plataforma para que eles consigam desenhar uma moto para motociclistas de entrega e de transporte de pessoas em uma única moto. O desenho está sendo feito e vamos trazer essa moto para o Brasil.”
Interesse de Lula na Guerra dos aplicativos
O 99 Food voltou a operar em São Paulo e região metropolitana e anunciou um investimento de R$ 500 milhões para consolidar a expansão no Brasil. O objetivo é atingir escala nacional até o ano que vem, com ampliação dos aportes.
Segundo interlocutores do Palácio do Planalto, o presidente Lula demonstra interesse na competição entre as plataformas, visando a redução de taxas para comerciantes e consumidores. Além disso, o presidente entende que a disputa pode facilitar a regulamentação dos aplicativos de entregas, bandeira de campanha desde o início da gestão.
Entre articuladores políticos, o avanço da pauta é visto como possível trunfo eleitoral do PT em 2026.
Em 10 de setembro, a Câmara aprovou com urgência um projeto de lei que obriga as plataformas a pagarem um vale-refeição para os entregadores. De autoria da deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), o texto prevê um valor de R$ 20 para cada quatro horas ininterruptas de trabalho ou seis horas alternadas. A ideia do governo, porém, é avançar para a criação de uma legislação previdenciária específica para o setor.