
A Moody’s elevou a perspectiva da nota de crédito global “Ba2” da Natura (NATU3) de negativa para estável, em função das melhorias operacionais e financeiras que a companhia vem implementando.
Os analistas Cintia Hodge e Marcos Schmidt, que assinam o relatório da Moody’s, destacam que a nova perspectiva reflete o sucesso da transformação estratégica iniciada em 2022, quando a empresa passou de um modelo de expansão global para um foco na América Latina.
Essa mudança, que incluiu o desinvestimento de operações não essenciais, simplificou a estrutura da companhia, reduziu riscos e fortaleceu sua posição financeira e operacional.
Reestruturação e alavancagem da Natura
O resultado mais expressivo da reestruturação foi a forte redução da alavancagem: a dívida bruta ajustada, que equivalia a 5,6 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no fim de 2022, caiu para 2,8 vezes ao final do segundo trimestre de 2024.
Além disso, o desempenho operacional também se fortaleceu, com a marca Natura registrando crescimento robusto e ganhos de participação de mercado no Brasil, enquanto a Avon da América Latina apresentou melhorias de margens.
Segundo o Valor, a perspectiva estável reflete a expectativa de que a Natura manterá sua forte posição de mercado, seguirá gerando caixa e sustentará métricas de alavancagem consistentes com sua nota de crédito.
Moody’s diz que ‘dólar digital’ vai ‘inundar’ a Europa
O analista sênior da Moody’s declarou nesta quinta-feira (25) que as stablecoins pareadas ao dólar vão “inundar” a Europa nos próximos meses. O principal motivador para o movimento seria a regulação dessas criptomoedas nos EUA.
Em entrevista ao site Decrypt, Ventricelli afirmou que a iminente aprovação do Genius Act — um projeto de lei específico para regular stablecoins — deve gerar forte pressão global para a intensificação da adoção desses ativos, especialmente os pareados ao dólar.
Na sua avaliação, os mercados vão acelerar a integração das principais stablecoins. No caso da Europa, isso envolve um uso ampliado de ativos pareados ao dólar, e não ao euro ou ao ouro, além de projetos com reservas mantidas fora do continente europeu.
Para o analista da Moody’s, o movimento representa uma mudança no atual cenário do mercado de ativos digitais europeu. Além disso, a adoção crescente de stablecoins atreladas ao dólar tem gerado críticas e resistências de instituições locais, incluindo o BCE (Banco Central Europeu).