Conselheiros, acionistas e potenciais investidores discutem uma capitalização privada de R$ 500 milhões no GPA (PCAR3), equivalente a cerca de 25% de seu valor de mercado, segundo o Pipeline, do Valor.
O anúncio da operação é esperado após a assembleia que definirá o novo conselho, no início de outubro. O aporte seria ancorado por um varejista ainda fora do capital do GPA, ao preço de R$ 4,50 por ação — um prêmio de 8% em relação ao último fechamento —, com direito a uma cadeira no board, substituindo Rafael Ferri.
De acordo com a publicação, a família Coelho Diniz não deve exercer direito de preferência. A prioridade seria reforçar o caixa da companhia, enquanto uma eventual venda da fatia do Casino ocorreria em momento posterior, em bloco ou a mercado.
O Pipeline também citou movimentações do atacadista Roldão, que teria comprado ações recentemente e atingido participação de 2,4% (não confirmada), além de interesse em integrar o conselho.
No radar do conselho estão medidas para acelerar cortes de despesas, reduzir o investimento em capital para R$ 350 milhões (ante R$ 650 milhões estimados para este ano) e promover mudanças na liderança após a eleição do novo colegiado.
Avaliação dos analistas
Para o JPMorgan, diante do fluxo de caixa pressionado e da elevada alavancagem da empresa (4,9 vezes a dívida líquida ajustada sobre Ebitda no 2T25), a capitalização seria positiva.
O banco calcula que o aporte poderia reduzir a alavancagem para cerca de 3,5 vezes em 2025, além de ajudar a aproximar o fluxo de caixa ao acionista do ponto de equilíbrio em 2026.
A operação, porém, implicaria diluição de cerca de 16% da base acionária, mas ainda assim contribuiria para menor peso financeiro e reforço da liquidez.
“Acreditamos que o mercado provavelmente reagirá bem, inclusive a uma possível diluição adicional do Casino, dado o foco em eficiência operacional e desalavancagem”, destacou o banco, que mantém recomendação underweight (equivalente à venda) para PCAR3.