Revenda de ingressos

Ticketmaster e Live Nation são processadas por prática ilegal

Agência de proteção ao consumidor dos EUA acusa empresas de permitir o uso de robôs e revenda em larga escala

Taylor Swift: público lota o Allianz em São Paulo. Foto: Reprodução/ André Porto/ UOL
Taylor Swift: público lota o Allianz em São Paulo. Foto: Reprodução/ André Porto/ UOL

Sete estados norte-americanos junto a FTC (Comissão Federal de Comércio dos EUA) processaram a Live Nation (L1YV34) e sua subsidiária Ticketmaster por permitir o uso de robôs para compra de ingressos e operações de revenda em larga escala.

A agência de proteção ao consumidor afirmou que a maior plataforma de venda de ingressos do país não aplicou seus próprios limites de compra, o que permitiu que revendedores adquirissem grandes quantidades de ingressos para eventos populares, segundo um tribunal federal da Califórnia.

A agência afirmou que a Ticketmaster ignorou de forma sistemática os corretores de ingressos que burlavam esses limites, pois a empresa lucra com as revendas.

A conduta ilegal da Ticketmaster e sua coordenação secreta com os corretores prejudicam os fãs, que pagam muito mais do que o preço anunciado tanto na bilheteria quanto na revenda, sendo forçados a pagar preços inflacionados por ingressos de alta demanda.

A Live Nation não comentou imediatamente.

A comissão dos consumidores alegou que a Ticketmaster pode “triplicar” as taxas, pois garante o dinheiro na venda inicial e tanto do comprador quanto do vendedor nas revendas. Segundo a FTC, ao todo, a Ticketmaster arrecadou US$ 11 bilhões em taxas sobre ingressos primários e revendidos entre 2019 e 2024.

A agência afirmou que as atitudes da empresa violaram a lei da FTC, que proíbe conduta enganosas, e a lei de Melhores Vendas Online de Ingressos (BOTS Act), aprovada em 2016, que impede a revenda em larga escala por meio do uso de bots, ou meios automatizados para burlar os limites de compra por pessoa.

No mês passado, a agência processou um corretor de ingressos de Maryland por violar a BOTS Act na compra de ingressos para a turnê Eras da cantora Taylor Swift.