Em 2024, o rebanho bovino superou em 12,7% o número estimado de pessoas no Brasil (211,7 milhões). A projeção populacional foi divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em agosto. Na pesquisa anterior, com dados de 2022, a quantidade de bovinos havia superado o número de habitantes em 11,4%.
Além disso, o rebanho bovino voltou a bater recorde no país em 2023. Segundo dados divulgados na quinta-feira (19) pelo IBGE, o efetivo alcançou 238,6 milhões de cabeças em 31 de dezembro, alta de 1,6% em relação ao fim de 2022 (234,9 milhões).
Em 2022, o crescimento havia sido de 4,6% frente a 2021 (224,6 milhões). Os números fazem parte da PPM (Pesquisa da Pecuária Municipal), cuja série histórica começou em 1974, quando o país tinha 92,5 milhões de cabeças — menos da metade do patamar registrado em 2023.
Ciclos da pecuária e estratégias de mercado
De acordo com o IBGE, a produção pecuária é marcada por ciclos. Entre 2019 e 2022, o setor viveu uma fase de retenção de fêmeas para criação de bezerros.
Em 2023, já foi possível notar os efeitos desse movimento. No entanto, o instituto apontou que uma inversão do ciclo começou a ocorrer, com aumento do abate de fêmeas.
Esse processo tende a reduzir o rebanho nos próximos anos. A estratégia é vista como uma tentativa dos pecuaristas de recuperar os preços da carne após a queda gerada pelo aumento da oferta.
“A gente acredita agora em uma queda nos efetivos, para que o ciclo resulte em um equilíbrio de mercado“, afirmou Mariana Oliveira, analista da PPM, ao O Tempo.
Projeção de processamento de soja do Brasil em 2025 cresce com demanda por biodiesel
O Brasil deve processar um recorde de 58,5 milhões de toneladas de soja em 2025, segundo estimativa divulgada nesta terça-feira (16) pela Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).
O número representa alta de 0,7% em relação à previsão anterior e de 5% frente ao volume processado em 2024, impulsionado pela maior demanda de biodiesel.
O ajuste ocorre em um momento de margens mais favoráveis para a produção de óleo, após o governo ter elevado a mistura obrigatória de biodiesel no diesel de 14% para 15% em agosto. Segundo o Cepea, a mudança fortaleceu o uso da oleaginosa como principal insumo do biocombustível.