
A Sabesp anunciou nesta sexta-feira (19) a ampliação das medidas de GDN (gestão de demanda noturna) em São Paulo. O período de redução de pressão nas tubulações passou de oito para dez horas diárias, das 19h às 5h, afetando a capital e municípios da região metropolitana, como forma de preservar os mananciais diante do baixo nível dos reservatórios.
O Sistema Integrado Metropolitano (SIM), que concentra os principais reservatórios, opera hoje com 32,5% da capacidade, contra 51,5% no mesmo período de 2024, segundo boletim da Sabesp.
A primeira fase da GDN, implantada no fim de agosto, já havia resultado em economia de 7,2 bilhões de litros de água — volume suficiente para abastecer 800 mil pessoas por um mês.
De acordo com o governo paulista, a medida é temporária e permanecerá em vigor até a recomposição dos reservatórios.
A decisão foi tomada pela Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado) em conjunto com a SP Águas, a partir de dados do novo Comitê de Segurança Hídrica.
Falta de chuvas agrava cenário
A estiagem intensificou a queda nos reservatórios. Em agosto, choveu apenas 3 mm na bacia PCJ (Piracicaba/Capivari/Jundiaí), contra média histórica de 29 mm. No Alto Tietê, eram esperados 32 mm, mas houve apenas 11 mm.
Atualmente, os sistemas Cantareira e Alto Tietê, que concentram 80% da capacidade do SIM, estão em 30,3% e 26,1%, respectivamente, com queda média de 0,26% ao dia.
Segundo a presidente da SP Águas, Camila Viana, a situação exige monitoramento constante.
“O cenário hídrico justifica medidas preventivas e preparação para ações mais restritivas em caso de agravamento. A contribuição da população, com economia no dia a dia, é essencial”, disse.