O fundo de investimentos inglês Salamanca Group, especializado em desenvolver grandes áreas de terra para atrair indústrias, incluindo o setor automotivo, planeja investir cerca de R$600 milhões em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.
O objetivo é ampliar o terreno que possui ao lado da montadora chinesa BYD, transformando a área em um polo industrial capaz de receber companhias globais e nacionais.
CEO em Salvador para prospectar novas áreas
Na semana passada, o CEO do Salamanca, ShaRon Kedar, foi visto no Hotel Fasano, no Centro Histórico de Salvador.
Ele confirmou ao Bahia Notícias que veio à Bahia para prospectar novas áreas em Camaçari, contatar possíveis vendedores e desenvolver projetos na região, com a intenção de aumentar sua atratividade para investidores.
Atualmente, o grupo detém uma área de 600 mil metros quadrados próxima à BYD. A proposta é expandir o terreno para 3 milhões de metros quadrados, oferecendo infraestrutura completa, como energia, água, logística e acesso viário, seguindo o modelo adotado pelo Salamanca no Reino Unido.
No exterior, o fundo preparou terrenos para grandes projetos industriais, como a fábrica da Agratas, braço global de baterias da Tata Motors, em Somerset, sudoeste da Inglaterra, e para o maior centro de inteligência artificial da Europa, em Blyth, Northumberland, financiado pela norte-americana Blackstone, com aporte superior a R$600 bilhões.
Camaçari como hub industrial
A escolha de Camaçari não é aleatória. Além da presença da BYD, que transforma a cidade em um dos maiores polos de veículos elétricos do país, o Salamanca vê potencial para atrair novos players do setor automotivo e de tecnologia, criando um hub industrial na região.
Fontes do Bahia Notícias revelam que, embora o grupo tenha mantido contato com a Ford antes da saída da montadora da Bahia, ainda não há diálogo oficial com os governos estadual e municipal sobre o projeto.
No Brasil, o Salamanca possui bases em Natal (RN) e São Paulo (SP), onde já investiu cerca de US$150 milhões (R$810 milhões) em empreendimentos imobiliários. Agora, mira a Bahia como trampolim para um projeto industrial de impacto similar ao realizado no exterior.