A China emitiu uma recomendação para que as empresas do mercado financeiro de Hong Kong pausem as operações e testes envolvendo a tokenização de ativos. Os reguladores aconselharam o setor a parar os avanços que vinham sinalizando uma possível mudança de postura do governo chinês em relação às criptomoedas.
Segundo as informações divulgadas pela Reuters, via Exame, os reguladores não proibiram a tokenização, mas a tendência é que a recomendação de cautela e pausa nas atividades acabe atrasando a adoção da tecnologia blockchain no país.
Ao menos 24 empresas que estavam realizando testes de tokenização foram notificadas pelo governo da China. Não há informações sobre o período recomendado para a pausa ou informações mais concretas sobre a medida.
Os oficiais apontam possíveis riscos em torno da prática e indicam uma preocupação com os impactos da tokenização de ativos do mundo real no mercado.
Relação conflituosa
A China proibiu em 2021 a compra e venda de criptomoedas ou a obtenção por meio de mineração. Desde então, o setor cripto acabou se afastando do país, que segue com baixa penetração em relação ao tamanho da economia do país asiático.
A medida também colocou entraves na adoção da tecnologia blockchain como um todo, inclusive na tokenização de ativos. A unica exceção a isso é o projeto Yuan Digital, que cria uma moeda digital de banco central (CBDC) em uma rede blockchain.
Recentemente, Hong Kong vinha se aproveitando do seu status regulatório especial para se aproximar do mercado cripto e do desenvolvimento de projetos na área. O avanço gerou especulações de que o governo chinês poderia estar caminhando para uma reversão da política mais rígida em relação aos ativos.
China usa soja como ‘moeda de troca’ em disputa com EUA
Pela primeira vez desde pelo menos a década de 1990, a China não comprou soja dos Estados Unidos no início da temporada de exportação. O movimento indica que Pequim voltou a usar a agricultura como instrumento de pressão em sua disputa comercial com Washington.
Como maior comprador global da commodity, a China exerce forte influência sobre os mercados internacionais. Agora, o país retoma a tática de restringir aquisições dos EUA — utilizada durante a primeira guerra comercial do ex-presidente Donald Trump — em meio a uma trégua frágil entre as duas potências.
Dados do Departamento de Agricultura dos EUA mostram que, até 11 de setembro, a China não havia reservado nenhuma carga da oleaginosa, quase duas semanas após o início da nova temporada — um fato inédito em registros que remontam a 1999, segundo a Bloomberg.