De 22 a 26 de setembro

Resumo Semanal: em meio a dados, encontro entre Lula e Trump chama atenção

A semana (de 22 a 26 de setembro), que começou mais morna, ao aguardo do IPCA-15 e do PIB dos EUA, voltou a se agitar com a reaproximação entre Lula e Trump na Assembleia-Geral da ONU, após semanas de tentativa de negociação do tarifaço

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Foto: Agenda/CanvaPro

A semana (de 22 a 26 de setembro), que começou mais morna, ao aguardo do IPCA-15 e do PIB dos EUA, voltou a se agitar com a reaproximação entre Lula e Trump na Assembleia-Geral da ONU, após semanas de tentativa de negociação do tarifaço.

Na semana anterior, a “Super Quarta” foi o tópico que dominou o noticiário e as expectativas do mercado. Como esperado, o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês) cortou as taxas de juros dos EUA em 0,25 ponto-base e o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve os juros brasileiros em 15%.

A segunda-feira (22) chegou com foco nos destaques empresariais e das bolsas, no caso dos EUA, por um motivo negativo. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o uso de Tylenol (paracetamol) “pode ​​estar associado a um risco muito maior de autismo” e recomendou que as pessoas grávidas não tomassem o remédio durante a gravidez.

A informação cientificamente equivocada fez com que as ações da Kenvue caíssem 5,56% nas negociações de pré-mercado da Bolsa de Nova York (Nyse), situação que foi revertida na terça por falta de evidências.

No Brasil, a Cosan despencou após o anúncio de uma capitalização de até R$ 10 bilhões. Por volta das 15h, a Cosan (CSAN3) desacelerou 20,67%, a R$ 5,95, enquanto a Raízen (RAIZ4) recuou 8,53%, a R$ 1,18, liderando as perdas do Ibovespa.

A Embraer (EMBR3) também chamou a atenção após anunciar um acordo de compra de até 74 aeronaves para a Latam. Às 14h59 (horário de Brasília), os papéis tinham 5,28% de ganho e estavam no topo das maiores altas do Ibovespa

O índice brasileiro a sessão desta com queda de 0,49%, aos 145.152,17 pontos. Já o dólar subiu 0,33%, cotado a R$ 5,34.

Na terça-feira (23) a nova gigante das carnes, a MBRF estreou na bolsa com o ticker MBRF3. A MBRF reúne marcas icônicas como Sadia, Perdigão, Qualy, Bassi e Banvit, com presença em 117 países, e tem receita líquida anual de cerca de R$ 160 bilhões. A estreia na bolsa começou com alta, mas passou a cair com o decorrer do pregão.

O dia também foi marcado pela “conversa de corredor” entre Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, e Donald Trump, presidente dos EUA, durante a Assembleia-Geral da ONU. Trump afirmou que houve uma “química excelente” entre os dois e afirmou que há a intenção de um encontro na próxima semana durante o seu discurso na cúpula.

O ocorrido impulsionou para que o Ibovespa fechasse em alta de 0,91%, aos 146.424,94 pontos. O dólar comercial registrou uma queda de 1,10%, cotado a R$ 5,28, renovando a mínima do ano.

A quarta-feira (24) começou ainda repercutindo o encontro entre Lula e Trump na ONU. Durante seu discurso no evento, o presidente do Brasil confirmou a “química” entre ele e o republicano. Lula também declarou que a negociação com os EUA envolve terras raras e que o Brasil não está disposto é se tornar um mero “exportador de minérios”.

No Senado brasileiro, a PEC da Blindagem, que gerou protestos durante o fim de semana, foi rejeitado por unânimidade. Já a isenção do IR de até R$ 5 mil foi aprovada pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos).

Entre os destaques empresariais, o Assaí (ASAI3) entrou na justiça contra o Casino e o GPA (PCAR3) para se livrar das tentativas da Receita Federal e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional de responsabilizá-lo por dívidas tributárias anteriores à cisão das empresas, o que impactou no recuo das ações de ambas as empresas na quinta.

Ibovespa encerrou a sessão com estabilidade, subindo levemente em 0,05%, aos 146.491,75 pontos. O dólar comercial registrou uma alta de 0,92%, cotado a R$ 5,328.

A quinta-feira (25) começou na expectativa da divulgação de dados. O IPCA-15 foi divulgado ainda antes da abertura do mercado; o resultado da prévia da inflação de setembro foi de aumento de 0,48%, após uma queda de 0,14% registrada em agosto.

O resultado fez com que a bolsa abrisse o dia em queda, tendência que se manteve durante o pregão. Mais tarde, ainda pela manhã, os EUA divulgaram a revisão do PIB do segundo trimestre; resultado foi revisado para 3,8% de crescimento, maior que a estimativa anterior de 3,3%.

Esses fatores e a nova pesquisa política do Ipespe, que aponta uma melhora na aprovação popular do presidente Lula, impactou para que o Ibovespa concluísse o dia no negativo. O índice fechou a sessão desta quinta-feira (25) com uma queda de 0,81%, aos 145.306 pontos. Já o dólar comercial avançou 0,69%, cotado a R$ 5,36.

Na sexta-feira (26), está previsto para que seja divulgado o investimento estrangeiro direto no Brasil e as transações correntes. Além disso, podem ser divulgados novos desenvolvimentos do encontro entre Lula e Trump e da crise da Ambipar (AMBP3), que teve um pedido de proteção contra credores concedido nesta quinta-feira.