A Colômbia ligou a chave do Bre-B, sua nova infraestrutura nacional de pagamentos instantâneos – similar ao Pix do Brasil, criado em 2020. O sistema, desenhado e operado pelo Banco de la República, iniciou nesta terça-feira (23) uma fase de teste para verificar a interoperabilidade entre bancos, carteiras e fintechs, e avançou para a distribuição em massa no dia 6 de outubro.
O objetivo do banco central colombiano é criar um mecanismo de transferência P2P (pessoa para pessoa) e P2M (pessoa para estabelecimento comercial) em tempo real, durante 24h por dia, com baixo custo e experiência unificada dentro dos aplicativos já utilizados pelo cliente.
O Bre-B funcionaria como o Pix do Brasil, através de um caminho integrado aos canais das instituições participantes, sem necessitar de um aplicativo separado.
O cliente perceberá um “botão” ou “zona Bre-B” nos aplicativos existentes e poderá enviar e receber em poucos segundos. A estreia já tem base relevante, com 35,7 milhões de chaves registradas por 14,5 milhões de usuários, além de 21,2 milhões de pagamentos vinculados.
No total, 227 instituições financeiras compõem o ecossistema, reduzindo interferências comuns presentes em lançamentos divididos de ferramentas para os usuários.
Bre-B: migração do físico para o digital
O banco central colombiano vai isentar as tarifas cobradas do ecossistema financeiro por ao menos três anos, para que seja possível destravar a adoção do serviço. Em um cenário que transferências financeiras entre bancos tradicionais possuem um alto custo por operação, a política de preço funciona como um incentivo a pequenos pagamentos, fortalecendo a migração do dinheiro físico para o digital.
A ideia é de que a ferramenta digital reforce o acesso a serviços financeiros e crie efeitos em cadeia tanto para comerciantes quanto para consumidores.
Após a criação da rede de sistemas de pagamento instantâneo, a ‘primeira ferida a ser tratada’ é a fraude. O mecanismo prevê a liquidação em tempo real, restringe reversões e exige prevenção aos usuários desde o primeiro dia de chave criada, mantendo o monitoramento, autenticação robusta e a educação do cliente.
Chegada do Bre-B
O mercado em que o Bre-B ‘pousa de paraquedas’ é um que já contava com soluções financeiras entre P2P privadas. A expectativa é de que a substituição gradual das transferências de consumo – similar a como foi o Pix no Brasil – aconteçam. Caso o Bre-B entregue segurança aos usuários e uma boa estabilidade, tende a se tornar um padrão nacional para pagamentos digitais.