Fraude no INSS

André Mendonça vota para manter prisão do ‘careca do INSS’

Antônio Carlos Camilo Antunes é acusado de operar um esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas cadastrados no INSS

Foto: Edilson Rodrigues/ Agência Senado
Foto: Edilson Rodrigues/ Agência Senado

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), André Mendonça votou nesta sexta-feira (26) para manter a prisão de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”, e do empresário Maurício Camisotti. Ambos são acusados de operar um esquema de desvios de recursos de aposentados e pensionistas cadastrados no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O ministro Mendonça é o relator do caso, que tramita no plenário virtual da Segunda Turma. Na modalidade, não há debate entre os magistrados. Os ministros terão até a próxima sexta-feira (3) para declararem seus votos.

Até o momento, o voto do relator é o único. O ministro Gilmar Mendes se declarou impedido de votar.

Nelson Wilians tem helicóptero de R$ 40 milhões apreendido pela PF

Vestindo terno, Nelson Wilians cruza um hangar ao lado de outro homem. A cena, divulgada em um vídeo em abril, mostra o advogado caminhando diante de um helicóptero verde dos Carabineros do Chile até alcançar a peça central da gravação: um Leonardo AW169, pintado de branco e azul, matrícula PS-DNW, avaliado em cerca de R$ 40 milhões.

Duas semanas atrás, o mesmo helicóptero se tornou símbolo de uma situação bem menos vistosa: foi apreendido pela PF (Polícia Federal) durante a Operação Sem Desconto, investigação que mira desvios bilionários contra aposentados e servidores do INSS.

O bem foi mencionado pela defesa de Wilians em uma petição ao STF (Supremo Tribunal Federal) apresentada logo após a apreensão.

No documento, que também inclui carros de luxo como Rolls-Royce, Ferrari e Bentley, os advogados solicitam o desbloqueio das contas do criminalista.

O argumento é de que apenas a aeronave, avaliada em R$ 41,4 milhões, já bastaria como eventual garantia, superando os R$ 28 milhões em operações financeiras sob suspeita. A decisão ficará a cargo do ministro André Mendonça, relator do processo no STF.

Transferência de propriedade

Um ponto curioso: no momento da apreensão, o helicóptero já não estava oficialmente no nome de Nelson Wilians. Em 16 de julho de 2025, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) registrou a “comunicação de venda” do AW169, transferido do escritório Nelson Wilians & Advogados Associados para a empresa ACW Participações e Investimentos Ltda.

Defesa

À revista piauí, Wilians negou qualquer irregularidade.

“Jamais desviei um centavo. Todas as transações têm respaldo, origem legítima e documentação comprobatória. Isso será demonstrado de forma clara e inequívoca à Justiça”, afirmou.