A agência Moody’s afirmou que a adoção de criptomoedas em mercados emergentes está criando um risco para a resiliência financeira global e para a soberania financeira desses países. Declaração foi feita através de um relatório divulgado na quinta-feira (25).
A agência de classificação de risco disse que os riscos são maiores em áreas em que os ativos digitais são usados para além de casos de uso de investimentos, como para proteção patrimonial ou envio de remessas internacionais. Informações via Exame.
O relatório aponta que as stablecoins, criptomoedas pareadas ao dólar, têm apresentado um crescimento expressivo. Esses ativos têm uma “penetração alta” em países emergentes, ao oferecer uma forma mais vantajosa de exposição ao dólar.
Contudo, a Moody’s defende que a adoção desses ativos acaba enfraquecendo as autoridades monetárias locais e alterando as dinâmicas cambiais do país, especialmente em todo do valor da moeda local. Na prática: esses ativos têm desestimulado o uso das moedas fiduciárias locais.
Esse movimento, de acordo com os analistas da empresa, “cria uma pressão de ‘criptização’ semelhante a uma dolarização não oficial, mas com uma maior opacidade e com uma visibilidade regulatória menor”. Sendo assim, esses ativos acabam contribuindo para desvalorizações cambiais.
A agência avalia que as criptomoedas podem propiciar novas formas de fuga de capital, em especial por meio de carteiras digitais e corretoras de criptomoedas que operam fora dos países de origem dos donos dos ativos. Com isso, as transferências podem ocorrer de forma mais “discreta”.
O relatório aponto que esses riscos são maiores nos mercados emergenter do Sudeste Asiático, na África e em partes da América Latina. Em geral, os países mais afetados são aqueles que, por algum motivo, incentivam a adoção de criptomoedas. Esse é o caso de países com alta pressão inflacionária, moedas nacionais pressionadas e com acesso limitado a serviços bancários. Já em economias mais ricas, a adoção é movida por outros fatores, como clareza regulatória e integração com institucionais.