O setor agro teve 565 solicitações de recuperação judicial no segundo trimeste de 2025, diz o indicador da Serasa Experian, Agro Score. O resultado é 31,7% maior do que no mesmo período de 2024, quando estavam registrados 429 pedidos.
O levantamento é o acumulado de toda a cadeia: produtores rurais como pessoa física e jurídica, além de empresas relacionadas ao agronegócio.
O indicador mostra que os produtores rurais que trabalham com perfil de PJ foram os que mais recorreram à recuperação judicial no período, com 243 requisições, uma alta em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram registrados 121 pedidos.
Entre as culturas, os produtores de soja ganharam destaque, com 192 solicitações. Os criadores de bovinos também chamaram atenção, com 26 pedidos.
Os pedidos de pessoas físicas aumentaram levemente e chegaram a 220 no segundo trimestre de 2025. No mesmo período de 2024 foram 214 requisições.
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Os grandes proprietários, que possuem mais apetite ao risco, registraram o maior número de pedidos (55). Em seguida vieram os médios (43) e os pequenos (39). Além disso, os produtores que não possuem propriedades rurais – arrendatários e grupos econômicos ou familiares – seguem com forte representação na busca pelo recurso, marcando 83 pedidos no período.
“A surpresa foi o fato de Produtores que atuam como PJ (que possuem maior porte e mais organizados em sua maioria), terem uma quantidade superior de RJs do que Produtores que atuam como PF. É a primeira vez que isso acontece desde o último trimestre de 2023, quando as RJs de Produtores PF experimentaram um rápido crescimento. Ainda estamos avaliando se houve um represamento de pedidos ou alguma mudança no perfil”, explicou Marcelo Pimenta, head de Agronegócio da Serasa Experian.
As empresas ligadas ao agronegócio registraram 102 pedidos de Recuperação Judicial no segundo trimestre de 2025. O número é o mais alto da série e representa uma aceleração relevante em comparação com o mesmo período do ano passado, quando era 94 requerimentos.
O segmento de processamento de agroderivados (óleo e farelo de soja, açúcar, etanol, laticínios etc.) foi o que liderou os pedidos (32). Na sequência ficaram a agroindústria da transformação primária (madeira serrada, couro curtido, beneficiamento de grãos etc.), que somou 22 solicitações, e o comércio atacadista de produtos agropecuários primários, com 18 requerimentos.
