Risco fiscal no radar

Shutdown nos EUA pressiona spreads de crédito do governo

Os spreads de um e cinco anos permaneceram em 21 e 42 pontos, atingindo suas maiores marcas desde julho

Foto: Reprodução
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Os spreads dos credit default swaps (CDS) do governo dos EUA registraram alta nesta quarta-feira (1º), refletindo o aumento das preocupações no mercado devido à paralisação parcial das operações federais.

Os spreads de seis meses subiram um ponto, alcançando 17 pontos-base — o nível mais alto desde meados de julho, segundo dados da S&P Global Market Intelligence.

Equanto isso, os spreads de um e cinco anos permaneceram em 21 e 42 pontos, respectivamente, também atingindo suas maiores marcas desde julho.

A paralisação teve início após o fracasso em um acordo de financiamento causado por um impasse político, que levou à suspensão de grande parte das atividades do governo e ameaça milhares de empregos públicos.

Diferentemente do que costuma ocorrer em momentos de tensão relacionados ao teto da dívida, esta paralisação não está diretamente vinculada à elevação do limite de empréstimos federais, situação que normalmente gera aumento mais acentuado nos spreads devido ao risco de calote soberano.

Mesmo assim, o mercado já vinha apresentando crescimento nos spreads dos CDS ao longo deste ano, motivado por outras incertezas que afetam os EUA.

Primeira votação para encerrar ‘shutdown’ termina sem sucesso

O governo dos EUA entrou em paralisação nesta quarta-feira (1º), e uma primeira tentativa de votação para encerrar o shutdown fracassou poucas horas depois. O motivo continua sendo a falta de acordo entre democratas e republicanos no Senado.

Os democratas mantêm a exigência de que o novo orçamento inclua recursos para a Lei de Assistência Médica Acessível (ACA, na sigla em inglês), política pública que amplia o acesso à saúde.

Os republicanos, por sua vez, alinhados ao governo Trump, rejeitam essa proposta, principalmente por alegarem que ela beneficiaria imigrantes sem documentação legal no país.