
O Ibovespa fechou a primeira sessão de outubro, desta quarta-feira (1º), em queda pressionado por ações de bancos. O índice terminou o dia no campo vermelho, recuando 0,56%, aos 145.415 pontos. Além disso, a proposta de isenção do IR (Imposto de Renda) pautada no plenário da Câmara dos Deputados, além do “shutdown” do governo americano são destaques neste dia.
As instituições financeiras são alvo de uma emenda do projeto de lei do IR, que busca remediar a perda fiscal por meio do aumento da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) de instituições com lucro anual de mais de R$ 1 bilhão. As perdas dos bancos suprimiram os ganhos da Vale (VALE3), um dos maiores pesos do principal índice acionário brasileiro.
Papéis da Braskem (BRKM5) aparece nas maiores altas do Ibovespa, após aprovação do Cade para possível venda de controle ao empresário Nelson Tanure, conhecido por liderar grandes projetos de reestruturação de empresas.
No cenário internacional, o “shutdown” do governo americano, iniciado após a falta de acordo entre democratas e republicanos para a aprovação do orçamento. A paralisação de gastos do governo americano gera incertezas sobre a divulgação do payroll que acontece na próxima sexta-feira (3).
Além do mais, enfraquece os títulos do Tesouro americano nesta quarta, beneficiando classes de ativos como bolsas de valores ao redor do mundo.
Danilo Coelho, economista e MBA em Finanças pela FBNF (Faculdade Brasileira de Negócios e Finanças), afirmou que caso o “shutdown” seja prolongado por um tempo relevante, o fato pode “forçar o Fed (Federal Reserve) a aguardar o retorno dos dados para depois poder voltar a cortar juros com um certo nível de tranquilidade.”
Ainda segundo o economista, o acontecimento pode influenciar o mercado como um todo. “Se a gente tem uma expectativa de paralisação do ciclo de redução de juros nesse momento, isso pode impactar negativamente as bolsas, muito mais pela expectativa sobre a conduta do Fed que pelo shutdown em si”, completou.
Em relação ao câmbio, o dólar comercial subiu 0,11%, cotado a R$ 5,328. A moeda americana acabou oscilando entre R$ 5,308 e R$ 5,329. O gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou o dia com certa estabilidade, anotando uma leve queda de 0,04%, aos 97,751 pontos.
Maiores altas e maiores quedas
O pregão da B3 fechou com o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) liderando as maiores altas, com aumento de 5,28% no valor das ações. Em seguida, aparece a Braskem (BRKM5) com avanço de 4,57%. A lista positiva fecha com a CSN (CSNA3) e a Usiminas (USIM5) crescendo 3,92% e 3,78%, respectivamente.
Já na ponta negativa, a Vamos (VAMO3) encabeça a lista vermelha com declínio de 4,35%. Na sequência, o Grupo Ultra (UGPA3) cai 4,01%. A lista se encerra com a CVC (CVCB3) e a Marcopolo (POMO4) registrando queda de 3,08% e 3,03%, respectivamente.
Variações por setor
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) recuaram 0,12% e 0,25%, respectivamente. A PetroRio (PRIO3) e a PetroRecôncavo (RECV3) avançaram 0,68% e 0,40%, respectivamente no pregão.
As mineradoras e siderúrgicas fecharam o dia no verde, com a Vale (VALE3) crescendo 1,27%, a Gerdau (GGBR4) registrando um avanço de 2,11%, a Usiminas (USIM5) 3,78% e a CSN Mineração (CMIN3) 1,45%.
Já o setor bancário encerrou a primeira sessão de outubro no campo negativo, com o Itaú Unibanco (ITUB4) recuando 1,80% e o Banco do Brasil (BBAS3) caindo 0,72%. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização de 1,70% e de 1,53%, respectivamente.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) manteve-se estável durante o dia. A Lojas Renner (LREN3) fechou com leve alta de 0,13%. A Vivara (VIVA3) teve alta de 1,68% e a C&A (CEAB3) fechou em queda de 0,55%.
Índices dos EUA
As principais bolsas de Wall Street terminaram o dia no verde. Os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram 0,34% e 0,42%, respectivamente. O índice Dow Jones registrou leve alta de 0,09% no fechamento.