Comemoração

Haddad diz que isenção do IR foi ‘golaço’ do Congresso Nacional

Ministro da Fazenda ainda disse que o texto não encontrará “problemas” no Senado Federal

Fernando Haddad. Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Fernando Haddad. Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista a jornalistas nesta quinta-feira (2) que a aprovação do projeto de lei que muda a tributação do IR (Imposto de Renda), garantindo isenção para quem recebe até R$ 5 mil, foi um “golaço” da Câmara dos Deputados. Na avaliação dele, o texto não encontrará “problemas” no Senado Federal.

“Eu acredito que foi um golaço do Congresso Nacional, e eu não acredito que nós vamos ter problema nenhum no Senado, a julgar pelo que o Senado já votou, e que tem muita semelhança com o que foi votado no ano passado”, declarou.

Haddad verificou a percepção ao fato de que a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, em uma tramitação célere, aprovou na semana passada um projeto similar, do senador e relator Renan Calheiros (MDB-AL), que o enviou para análise da Câmara.

“Eu não acredito que vai haver problemas, inclusive porque esse projeto [de isenção do IR] não só busca justiça tributária. Ele busca justiça tributária com neutralidade fiscal”, disse Haddad.

Na noite da última quarta-feira (1º), o plenário da Câmara dos Deputados aprovou de forma unânime, o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do imposto de renda, e ainda, garante descontos para quem recebe entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350. Foram 493 votos a favor. No momento, a medida segue para análise do Senado.

Isenção do IR: salário do trabalhador pode ganhar R$ 313 por mês

Um trabalhador brasileiro que recebe R$ 5 mil por mês terá ganho de R$ 312,89 mensais na renda, o que equivale a mais de R$ 4 mil por ano, caso o projeto de lei que muda a tributação do IR (Imposto de Renda) também seja aprovado no Senado Federal. Na noite da última quarta-feira (1º) o texto foi aprovado de forma unânime na Câmara dos Deputados.

Segundo cálculos do Sindifisco Nacional (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal), a mudança não altera a tabela progressiva, mas cria uma dedução automática.

Para quem recebe até R$ 5 mil, o imposto devido será zerado. Já para rendimentos entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350, aplica-se descontos que diminuem o valor a pagar até se extinguir nesse limite.

Confira a tabela de impacto no bolso do trabalhador:

R$ 5.000 – isenção total do imposto; ganho de R$ 312,89 por mês (cerca de R$ 4.067 ao ano)

R$ 6.000 – entre 75% e 50% de desconto; ganho de R$ 181,75 mensais (cerca de R$ 2.300 por ano)

R$ 7.000 – cerca de 25% de desconto; ganho de R$ 50 mensais (R$ 650 ao ano)

Acima de R$ 7.350 – sem mudança, imposto continua igual a tabela atual

Pela Lei Orçamentária enviada ao Congresso pelo governo federal em agosto, o salário mínimo passará a R$ 1.631 em maio de 2026, o que traria um alívio marginal de R$ 13,56 por mês para quem está fora da faixa de desconto.