
Estudos recentes do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) revelam que os suinocultores brasileiros alcançaram, em setembro de 2025, o maior poder de compra de farelo de soja em mais de duas décadas. O cenário é resultado da combinação entre o aumento nos preços do suíno vivo e a significativa retração nos valores do farelo de soja, principal insumo da alimentação animal.
De acordo com os dados levantados pelo Cepea, em Campinas (SP), um dos principais polos de produção e comercialização de proteína animal no país, os produtores conseguiram, em média, adquirir 5,57 quilos de farelo de soja com a venda de 1 quilo de suíno vivo no mês de setembro.
Relação de troca atinge maior nível desde 2004
Esse resultado representa a melhor relação de troca desde 2004, quando o índice havia alcançado 6,49 quilos, considerado um recorde histórico à época. O indicador é amplamente utilizado para medir o poder de compra do produtor em relação aos insumos, e quanto maior o número, maior é a vantagem para o suinocultor.
O preço médio do suíno vivo atingiu R$ 9,79/kg em setembro — o maior valor registrado no ano de 2025. Essa valorização é atribuída à maior demanda interna por carne suína, à redução na oferta de animais prontos para abate e à estabilidade nos custos de produção, o que criou um cenário de margem mais favorável ao produtor.
Suíno vivo tem maior cotação do ano
A retração nos preços do farelo de soja, principal componente da ração suína, foi determinante para a melhora na relação de troca. O preço médio da tonelada do farelo na região de Campinas fechou setembro em R$ 1.660,53, o que representa uma queda de 21,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior.