O ex-CFO da Ambipar (AMBP3), João Daniel Pirran de Arruda, marcou uma reunião com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para a próxima segunda-feira (6), segundo informações do Estadão.
Na ocasião, Arruda será acompanhado por dois escritórios de advocacia: o Vieira Rezende Advogados — que atuou na defesa de Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas (AMER3) — e o David Rechulski Advogados, que integrou a defesa da Braskem durante a CPI que investigou a companhia pela tragédia ambiental que resultou no afundamento de Maceió.
Formado em Administração de Empresas pela FGV, Arruda ocupou o cargo de diretor financeiro da Ambipar por pouco mais de um ano, após mais de uma década de atuação no Bank of America Merrill Lynch.
Ele deixou o cargo em 22 de setembro, sendo substituído interinamente por Ricardo Rosanova Garcia, então diretor de Relações com Investidores, que passou a acumular as funções.
Entenda a crise da Ambipar (AMBP3)
As ações da companhia despencaram mais 54% nesta sexta-feira (3) e já acumulam queda de 90% em um mês. A empresa avalia entrar com pedido de recuperação judicial no Brasil e nos Estados Unidos, onde concentra parte relevante de suas dívidas e garantias.
A crise começou com uma série de alterações em um contrato de empréstimo de US$ 35 milhões (R$ 186 milhões) firmado entre a Ambipar e o Deutsche Bank em 18 de setembro. Um aditivo contratual negociado diretamente por um executivo do grupo com o banco teria causado um desbalanceamento nas contas da companhia.
Além disso, credores da empresa buscam explicações sobre o paradeiro do caixa de R$ 4,7 bilhões reportado no último balanço — já que, até o momento, teriam sido localizados apenas cerca de R$ 430 milhões.