
A Vale (VALE3) anunciou nesta segunda-feira (06) que vai realizar uma oferta pública para a recompra de até 100% das debêntures participativas da 6ª emissão. Ao todo, cerca de 388,5 milhões de títulos estão atualmente em circulação.
A mineradora pretende pagar R$ 42,00 por papel, o que representa um ágio de 16,7% em relação ao valor negociado no mercado secundário, hoje na casa dos R$ 36,00. Caso todos os papéis sejam adquiridos, o desembolso estimado é de R$ 16,3 bilhões.
As debêntures participativas foram criadas em 1997, no contexto da privatização da companhia, e garantem aos detentores participação em receitas futuras de determinadas jazidas de minério de ferro.
Segundo a empresa, a recompra faz parte da estratégia de otimização da estrutura de capital e gestão de passivos financeiros.
As debêntures participativas da Vale
Os papéis foram emitidos para remunerar antigos acionistas com base em futuras produções minerais. A remuneração é vinculada à extração acumulada de minério de ferro nos Sistemas Sudeste e Norte da companhia.
Apesar de uma divergência histórica sobre os critérios de pagamento — produção x comercialização — um acordo sigiloso com um grupo de gestoras em 2018 resolveu a disputa. Desde então, os pagamentos foram retomados conforme o avanço da extração nas jazidas previstas.
O Sistema Norte atingiu o volume de referência em 2013, enquanto o Sistema Sudeste alcançou o marco neste ano. No fim de setembro, a mineradora efetuou o primeiro pagamento semestral referente ao Sudeste, totalizando R$ 598,3 milhões, incluindo receitas com minério de ferro, cobre concentrado e alienação de direitos minerários.
Mudança no perfil dos investidores
O perfil dos detentores das debêntures mudou significativamente nos últimos anos. Até 2021, cerca de 53% dos papéis estavam nas mãos da União e do BNDES, que desde então zeraram suas posições. Os títulos passaram a ser concentrados em gestoras, mesas proprietárias e investidores pessoa física.
Estrutura da oferta
A operação será liderada pelo Citi, com Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA e Santander atuando como intermediários.