
O Brasil, maior exportador mundial de carne bovina in natura, registrou em setembro um novo recorde mensal nas exportações do produto, superando a melhor marca anterior, alcançada em julho deste ano. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (7) pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior), o volume exportado atingiu 314,7 mil toneladas, representando uma alta de 25,1% em relação ao mesmo mês de 2022.
O desempenho positivo ocorre mesmo diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos, em vigor desde agosto. O país, que até então era o segundo maior destino da carne bovina brasileira, reduziu drasticamente sua demanda após a imposição de uma tarifa total de 76,4%, resultado de um acréscimo de 50% sobre a alíquota já existente de 26,4%, determinada pelo governo Donald Trump.
Em setembro, o presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), Roberto Perosa, afirmou que os embarques para os EUA devem cair para cerca de 7 mil toneladas, muito abaixo dos volumes anteriores. Ainda assim, parte dos envios continua devido à competitividade brasileira e a contratos firmados anteriormente, com destaque para cortes de maior valor agregado.
Diversificação e demanda chinesa sustentam crescimento
Apesar da queda nas exportações para os EUA, o Brasil tem compensado as perdas com a diversificação de mercados. A Abiec destaca o crescimento dos embarques para países como o México, além do contínuo aumento nas vendas para a China, principal comprador da proteína bovina brasileira.
A forte demanda global, combinada com uma reconfiguração do comércio internacional diante das questões tarifárias e da oferta reduzida de gado em países concorrentes — como os próprios Estados Unidos — tem favorecido a carne bovina brasileira no mercado externo.
Para efeito de comparação, o país exportou 276,9 mil toneladas em julho, recorde anterior, e 268,6 mil toneladas em agosto.
Os dados consolidados da Secex também trouxeram informações sobre outros produtos do agronegócio exportados pelo Brasil, indicando um cenário favorável para o setor, mesmo em um contexto global de desafios logísticos e comerciais.