Ibovespa encerra em alta com dados do exterior; dólar sobe
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A semana de 5 a 11 de outubro está sendo impactada, nos EUA, pelo shutdown, e, no Brasil, pelos desenvolvimentos políticos relacionados a aspectos econômicos e do mercado financeiro.

A semana passada, no Brasil, de 28 de setembro a 4 de outubro, já havia se encerrado com a expectativa de dados econômicos de inflação – que foram divulgados nesta quinta-feira e podem apontar para o futuro dos juros.

Na segunda-feira (6), Donald Trump e Luíz Inácio Lula da Silva tiveram o “encontro” prometido durante o evento da ONU. Os envolvidos nos assuntos comerciais do Brasil, como Alckmin e Haddad, haviam dito que a conversa foi positiva, versão endossada pelo próprio Trump através da Truth Social e por Lula em entrevista.

Acontecimento ajudou a frear a queda do Ibovespa, que finalizou o dia com recuo de 0,35%, aos 143.692,67 pontos. O dólar comercial desceu 0,47%, a R$ 5,31 influenciado pelo movimento do petróleo e de outras commodities.

Entre os destaques empresariais, a Ambipar teve um novo desenvolvimento negativo e caiu 30% após reunião do ex-CFO com a CVM.

Na terça-feira (7),o GPA elegeu um novo Conselho Administrativo, com três membros da família Coelho Diniz escolhidos.

Em São Paulo, o Itaú tomou uma nova decisão relacionada à demissão em massa após a mobilização do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, com apoio da Fenaban. A proposta prevê o pagamento de até 10 salários adicionais, além de um valor fixo de R$ 9 mil13ª, cesta-alimentação e a manutenção da taxa de financiamento imobiliário diferenciada para os ex-funcionários.

No Ibovespa, as ações da MRV despencaram após a construtora divulgar a prévia do dos resultados do terceiro trimestre de 2025. A MRV apurou uma geração de caixa ajustada de R$ 30 milhões para a divisão MRV Incorporação, dado que foi considerado fraco pelos analistas.

Nesse dia, o índice caiu novamente, influencia pela expectativa da votação da MP 1303/2025, que mudaria aspectos da arrecadação de ativos do mercado financeiro. O pregão fechou em forte queda de 1,57%, aos 141.356 pontos. Em relação ao câmbio, o dólar comercial subiu 0,75% na sessão, cotado a R$ 5,35.

Conforme o que já havia sido adiado, a votação da MP 1303/2025 foi realizada na quarta-feira (8). A medida chegou a ser aprovada em comissão mista, mas terminou o dia derrotada e retirada da pauta. Sendo assim, as regras de taxação de ativos como LCIs, LCAs e criptos continuam inalteradas.

Ainda sobre política, a pesquisa do Genial/Quaest mostrou que Lula ganhou força após a reunião com Donald Trump. Já as pautas econômicas de isenção do IR e taxação da renda também, segundo a pesquisa, têm amplo apoio, de 79% e 64%, respectivamente.

O Ibovespa voltou a fechar em alta, com avanço de 0,56%, aos 142.145 pontos, depois de registrar sua maior queda em quase dois meses.  O dólar comercial registrou uma estabilidade puxada levemente para baixo de 0,12%, cotado a R$ 5,34.

Na quinta-feira (9), foi divulgado o IPCA, dado aguardado desde a semana passada. A inflação oficial do país voltou a acelerar em setembro e o índice subiu para 0,48%. Especialistas comentaram que o aumento foi puxado pela energia elétrica, impactada pelo fim do bônus de Itaipu e pela bandeira vermelha nível 2 no mês.

O presidente Lula, durante a inauguração da fábrica da BYD, em Camaçari (BA), lamentou a decisão dos parlamentares de deixar caducar a MP 1303, o que representou uma derrota para o governo. Ainda no campo político, o ministro do STF, Luís Roberto Barroso anunciou aposentadoria da Suprema Corte.

Ibovespa fechou a sessão com queda de 0,31%, aos 141.708 pontos, impulsionado pela desvalorização de papéis das petrolíferas, acompanhando a tendência global, que foi influenciada pelo anúncio de fim da guerra entre Israel e o Hamas. O dólar comercial subiu 0,58%, cotado a R$ 5,375.

Ainda na bolsa, a B3 retirou a Ambipar (AMBP3) dos índices nos quais as ações estavam inseridas e decidiu renovar as ações verdes da empresa de gestão de resíduos.

A agenda de índices está esvaziada para a sexta-feira (10), mas os investidores brasileiros podem esperar os desenvolvimentos relacionados ao fim da guerra na Ásia Ocidental e à aposentadoria de Barroso.