O Ibovespa fechou a semana em mais uma sessão em queda. O principal índice acionário brasileiro encerrou o pregão desta sexta-feira com uma baixa de 0,73%, aos 140.680 pontos. As recentes ameaças de novas tarifas a China por parte do presidente Trump tomaram o foco dos investidores.
A disputa entre os Estados Unidos e a China reacenderam após o presidente americano afirmar que deve elevar novamente as tarifas sobre exportações chinesas ao mercado do país devido ao controle da China sobre as terras raras.
A China impôs na última quinta-feira (9) novas regras para exportação de produtos que contenham mais de 0,1% de terras raras provenientes do país. Segundo o Ministério do Comércio do país será necessário que entidades estrangeiras obtenham licença tanto para exportar produtos das terras quanto para confeccionar utilizando tecnologia chinesa.
Os investidores também repercutem o fim da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que derrubou os preços do petróleo. Com o governo americano ainda em “shutdown”, Alison Correia, analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos, afirmou que há uma crise entre os poderes no país.
“Já é a oitava vez que os republicanos tentam aprovar um projeto e os democratas derrubam. De outro lado, o Trump não para de ameaçar falando que vai cortar permanentemente vários incentivos criados pelos democratas se eles continuarem”, disse.
No cenário doméstico, o Ibovespa ainda reflete a derrota sofrida pelo governo Lula após o arquivamento da Medida Provisória 1303 por parte do Congresso, com receio de o governo não conseguir equilibrar as contas públicas.
Alison questionou sobre o direcionamento para a arrecadação que o governo não está conseguindo fazer. “O dinheiro vai ter que sair de algum lugar. Enquanto isso, o governo está tomando medidas populistas falando em isenção para quem anda de ônibus. Quem é que vai pagar? São bilhões de despesas e custos, se isso for levado adiante”, completou.
Em relação ao câmbio, o dólar comercial fechou em forte alta de 2,38%, cotado a R$ 5,50, por conta das ameaças de Trump. Os investidores preferiram segurança a maiores riscos, causando a disparada da moeda americana – que atingiu uma valorização na semana de 3,17% perante o real.
O dólar oscilou entre R$ 5,370 e R$ 5,501. O gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com queda de 0,44%, aos 98,666 pontos.
Maiores altas e maiores quedas
O pregão da B3 fechou com a Engie Brasil (EGIE3) liderando as maiores altas, com aumento de 1,45% no valor das ações. A empresa é seguida pela Minerva (BEEF3), avançando 1,08%. A Suzano (SUZB3) e a Lojas Renner (LREN3) fecharam a lista verde com altas de 1,05% e 1,01%, respectivamente.
Por outro lado, o campo negativo é encabeçado pela CSN (CSNA3), com desvalorização de 6,06%. Logo atrás aparece a Hapvida (HAPV3) com queda de 6,02%. A Braskem (BRKM5) e a CSN Mineração (CMIN3) registraram baixas de 3,83% e 3,67%, respectivamente, no valor das ações.
Variações por setor
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) recuaram 0,75% e 0,89%, respectivamente. A PetroRio (PRIO3) anotou uma forte desvalorização de 3,38% e a PetroRecôncavo (RECV3) caiu 3,04%.
No setor das mineradoras e siderúrgicas, o resultado foi abaixo. A Vale (VALE3) recuou 0,41%, a Gerdau (GGBR4) 1,25%, a Usiminas (USIM5) 3,19% e a CSN Mineração (CMIN3) 3,67%.
O setor bancário acompanhou a baixa, com o BTG Pactual (BPAC11) e o Itaú (ITUB4) fechando com quedas de 0,57% e 0,11%, respectivamente. Banco do Brasil (BBAS3) anotou forte desvalorização de 2,74%. O Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização de 1,35% e de 2,15%, respectivamente.
Entre as varejistas, o Magazine Luiza (MGLU3) caiu 1,78%, enquanto a Lojas Renner (LREN3) anotou uma alta de 1,01%. A Vivara (VIVA3) recuou 0,18% e a C&A (CEAB3) baixou 0,39%.
Índices dos EUA
As principais bolsas de Wall Street o dia derreteram na sessão desta sexta-feira. Os índices S&P 500 e Nasdaq despencaram 2,71% e 3,56%, respectivamente. O índice Dow Jones não ficou de fora da baixa e caiu 1,90%.