Foto: Burger King/Reprodução
Foto: Burger King/Reprodução

Com franquias enfrentando sérias dificuldades financeiras, o Burger King entrou recentemente com um pedido de recuperação judicial nos EUA para reestruturar suas dívidas e modernizar suas lojas — em um mercado pressionado por custos e concorrência.

A medida foi realizada no âmbito do Chapter 11 e envolve unidades controladas pela RBI (Restaurant Brands International), que tem a 3G Capital — de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira — como uma de suas principais acionistas.

A RBI, sediada no Canadá, também é dona das marcas Tim Hortons e Popeyes, e tem investido mais de US$ 400 milhões no programa “Reclaim the Flame”, que prevê a reforma de mais de mil unidades nos EUA. A iniciativa tem o objetivo de restaurar margens e recuperar competitividade frente a rivais como McDonald’s e Wendy’s, que ganharam participação após o pico inflacionário de 2024.

Vale lembrar que, como destacou a THNI, o movimento não envolve a Burger King Corporation — dona da marca global —, mas sim uma de suas principais operadoras de franquias, a CBH (Consolidated Burger Holdings).

Crise da CBH e recuperação judicial

A CBH, responsável por administrar dezenas de restaurantes da rede, atravessa um de seus períodos mais difíceis. No auge, chegou a operar 75 unidades, mas atualmente mantém 57 restaurantes, localizados na Flórida e na Geórgia. Com dívidas superiores a US$ 35 milhões, a empresa recorreu ao Chapter 11 da Lei de Falências dos EUA, mecanismo jurídico que permite reestruturar débitos e tentar preservar parte das operações.

Nesse sentido, a recuperação judicial não afeta as operações internacionais. No Brasil, por exemplo, o Burger King é controlado pela ZAMP (ZAMP3) — que está financeiramente saudável e mantém a expansão de lojas e sinergias com a rede Popeyes.

Relembre: Zamp (ZAMP3): dona do Burger King reduz prejuízo em 14% no 3T24

Zamp (ZAMP3), proprietária das marcas Burger King e Popeyes, reduziu seu prejuízo líquido em 14% no terceiro trimestre de 2024, totalizando R$ 32,5 milhões, em comparação com o prejuízo de R$ 38,5 milhões registrado no mesmo período do ano passado.

As receitas cresceram 18,4% em uma base comparável, somando R$ 1,1 bilhão. No Burger King, as vendas aumentaram 18%, chegando a R$ 1,03 bilhão, enquanto o Popeyes registrou faturamento de R$ 69 milhões, um avanço de 15% em relação ao ano anterior.

As vendas por delivery, aplicativo e totens atingiram R$ 586,4 milhões, um crescimento anual de 37,8%, respondendo agora por 52,2% da receita total da empresa.

Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 118,9 milhões, uma queda de 1,4% em relação ao ano anterior. Pelo critério ajustado, o Ebitda atingiu R$ 135,5 milhões no terceiro trimestre de 2024.