O Grupo St Marche anunciou na última segunda-feira (13) que o TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) homologou o plano de recuperação extrajudicial da companhia.
A rede de supermercados iniciou o processo de reestruturação em abril, devido a uma dívida de R$ 528 milhões.
Durante o processo de recuperação extrajudicial, o grupo recebeu dois aportes financeiros que somaram aproximadamente R$ 90 milhões, afirmou a empresa.
Os recursos vieram do fundo de investimentos L Catterton e do banco BTG Pactual (BPAC11). O auxílio ofertado garantiu a regularização dos pagamentos a fornecedores e a recomposição dos estoques nas unidades da St Marche.
Felipe Molina Costa, sócio do Grupo Nimbus Tax e diretor da área de assessoria empresarial, afirmou ao portal BP Money que em planos de recuperação judicial, o período de seis meses entre o protocolo e a homologação representa um prazo “incomum e pode ser considerado positivo sob a ótica da eficiência processual.”
“Em regra, o trâmite desses processos leva entre 12 e 18 meses, especialmente devido às etapas de verificação de créditos, manifestação de credores e análise judicial do plano apresentado. Quando há uma governança bem estruturada, transparência nas informações e consenso entre os credores, o Judiciário tende a conduzir a homologação de forma mais célere”, sinalizou o especialista.
O Grupo atribuiu a velocidade do trâmite à aceitação do plano pelos credores e à trajetória da marca no setor de supermercados. Além disso, a rede ressaltou que manteve investimentos em pilares distintos durante este período de reestruturação.
O Grupo St Marche atua no mercado paulista há 23 anos, posicionando-se na linha de supermercados de bairro, com foco no público de alta renda. A empresa compete em um setor que enfrenta fortes desafios, incluindo limitações operacionais e uma concorrência acirrada.