As taxas do Tesouro Direto voltaram a subir nesta terça-feira (14) acompanhando a baixa do sentimento nos mercados internacionais e a fuga de investidores para ativos de menor risco. O Tesouro IPCA+ 2029 atingiu o maior juro real do ano, de 8,09%, superando o pico anterior de 8,08%, anotado na última sexta-feira (10), com ameaças tarifárias do presidente americano, Donald Trump.
O avanço do título público ocorre em meio ao aumento da aversão ao risco após a China anunciar novas sanções contra empresas americanas, alimentando os temores dos agentes com uma possível escalada de uma guerra comercial entre as duas maiores potências do mundo.
Os papéis de longo prazo também valorizaram nesta terça-feira: o Tesouro IPCA+ 2040 pagava 7,42% de juro real, e o Tesouro IPCA+ 2050, tinha taxa de 7,12%. Entre os prefixados, os rendimentos oscilaram de 13,43% (2028) a 14,02% (2035).
A ascensão de uma possível guerra comercial reforçou a busca por ativos de segurança, como dólar, ouro e títulos do Tesouro norte-americano (Treasuries).
Tesouro Direto passará a operar 24h por dia em 2026
O Tesouro Direto deverá funcionar de forma ininterrupta a partir do ano que vem, permitindo aplicações e resgates 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana e sem depender do conhecido horário comercial.
Segundo a Folha de São Paulo, a mudança integra um pacote de medidas do Tesouro Nacional para atrair novos investidores e facilitar o acesso a produtos do governo.
Além disso, entre as novidades do pacote, está a criação de um título voltado a reservas de emergência, com rendimento indexado à Selic e sem marcação a mercado – processo que ajusta o valor dos papéis conforme as taxas de juros, causando variações de preço ao longo do tempo.
O objetivo é que o investidor não tenha perdas caso precise resgatar o dinheiro antes do vencimento, situação que pode ocorrer com alguns ativos públicos atuais.