Está marcada para esta quinta-feira (16) uma reunião que pode ser decisiva para a exploração de petróleo, pela Petrobras, na região da Margem Equatorial denominada Foz do Amazonas.
Segundo afirmou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, o Ibama convocou a reunião para discutir o pedido de perfuração do primeiro poço na Margem Equatorial.
No dia 24 de setembro, o Ibama havia aprovado a última etapa do licenciamento ambiental para a Petrobras explorar a Foz do Amazonas,
A última etapa havia sido a APO (Avaliação Pré-Operacional), realizada pela Petrobras no final do mês de agosto.
A APO é um simulado para testar se são exequíveis os planos de emergência e proteção à fauna da Petrobras, a serem utilizados em caso de acidentes durante a perfuração.
Mesmo aprovando a APO, entretanto, o Ibama solicitou à Petrobras alguns “pontos de atenção e de melhoria” para liberar a licença de exploração de petróleo.
O Ibama pediu que a Petrobras, por exemplo, explicasse por que o posicionamento das embarcações para o procedimento da APO divergiu do apresentado em estudo prévio.
Segundo a presidente da Petrobras, essas solicitações já teriam sido atendidas, e há a esperança de que nesta nova reunião enfim seja liberada a operação na Margem Equatorial.
Petrobras tem prejuízo com aluguel de navio sonda
Magda Chambriard explicou que a estatal vem tendo pesados prejuízos e custos operacionais por conta da demora do órgão em decidir sobre a liberação.
A empresa mantém um navio sonda de prontidão na Bacia da Foz do Amazonas, enquanto aguarda decisão do Ibama sobre se poderá perfurar na região,
A sonda chamada NS-42 chegou à locação, em águas profundas do Amapá, em 18 de agosto, e tem um custo diário de R$ 4 milhões, segundo a estatal.
De agosto para cá, a Petrobras já gastou mais de R$ 200 milhões para manter a sonda parada e aguardando a liberação para o início da exploração.
A presidente da Petrobras inclusive afirmou nesta semana que o contrato de aluguel da sonda vai até o dia 21 deste mês, e caso o Ibama não se decida sobre a liberação da licença, será difícil conseguir novo maquinário em pouco tempo.
“Esperava que a licença já tivesse sido aprovada. A preocupação é o dia 21, que é o limite do contrato da sonda. Se a gente não começar a perfurar até o dia 21, essa sonda pode ser retirada da locação e, se isso ocorrer e for substituída por outra sonda no futuro, o processo de licenciamento começa tudo de novo”, disse Magda durante um evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro.
Margem Equatorial considerada uma “nova fronteira”
A Margem Equatorial fica localizada próxima entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte, sendo a mais nova fronteira exploratória brasileira em águas profundas e ultraprofundas.
Segundo a Petrobras, a Margem Equatorial apresenta um importante potencial petrolífero e conta com uma série de oportunidades para melhorar a vida de milhares de brasileiros.
“Existe a possibilidade de gerar empregos, aumentar a arrecadação e participar de um desenvolvimento regional e nacional”, afirma a companhia.
A proposta vinculada à Margem Equatorial se arrasta há mais de dez anos no Brasil. A exploração na foz do Amazonas pode acrescentar um potencial de 10 bilhões de barris de petróleo à produção brasileira, segundo a estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A Petrobras já aprovou investimentos de mais de 3 bilhões de dólares, entre 2025 e 2029, para a extração em 16 poços ao longo da margem equatorial.