Fonte: divulgação
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A Petz (PETZ3) e Cobasi defenderam, na última sexta-feira (17), a combinação das duas empresas em audiência pública no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Os representantes das duas varejistas estiveram presentes, juntamente com ONGs e entidades a favor e contra a operação.

O CEO da Petz, Sérgio Zimerman, e o cofundador e CEO da Cobasi, Paulo Nassar, focaram na perda de espaço de suas empresas em função do avanço dos marketplaces.

Nassar defendeu que a fusão com a Petz soma somente 10% de participação do mercado e negou a formação de um “monopólio”. “A operação estimula a competição, favorecendo o consumidor e contribuindo para a eficiência do setor”, defendeu.

Segundo ele, além da principal concorrência com varejistas e marketplaces especializados, como Amazon, Mercado Livre, Shoppe, Magalu e e-commerces, Petz e Cobasi competem ainda com petshops de bairro, agrolojas, supermercados e atacarejos. “O canal online se tornou um dos principais vetores de pressão concorrencial”, disse.

Sérgio Zimerman, por sua vez, afirmou que a fusão visa combater a queda na relevância das companhias nos últimos momentos e informou que a rentabilidade da empresa decaiu devido à forte competitividade do setor. “Todo esse efeito de concorrência ativa todos os segmentos de varejo e o segmento pet não é exceção”, pontuou.

A Petlove, terceira companhia interessada na fusão, afirmou que as duas empresas são competidoras diretas, seja no mercado físico quanto no online. “São as principais rivais uma da outra. Ninguém se aproxima em escala, ninguém se aproxima em estratégia, ninguém se aproxima em marca, nenhum player tem isso”, afirmou o advogado Carlos Ragazzo.

Segundo Ragazzo, que já foi conselheiro e superintendente do Cade, as barreiras à entrada nesse mercado já são elevadas e tendem a se agravar e a “nova gigante” atuará em conjunto na oferta de serviços e venda de produtos para pets.

“A força das marcas, os programas de fidelização e o poder de compra junto a fornecedores consolidam o controle das empresas sobre canais e clientes, tornando o mercado altamente não contestável”, completou.

Entretanto, ONGs (Organizações Não Governamentais) e entidades ligadas à causa animal, defenderam a combinação das duas empresas, argumentando a favor a partir de projetos e acordos entre a Petz e Cobasi. O relator pediu, porém, que as empresas se atentassem às funções concorrenciais da operação.

Diante do governo, o Ministério do Meio Ambiente, sob representação na audiência pela diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais, Vanessa Negrini, defendeu uma reavaliação da operação e sugeriu que, caso a fusão seja aprovada, ocorra um monitoramento acerca dos preços, preservação da diversidade dos fornecedores e a garantia de uma acessibilidade às famílias mais carentes.