
A Kering, dona de várias marcas de luxo como Gucci, Pomellato e Balenciaga, mantém negociações com a L’Oréal envolvendo a sua divisão de beleza. O acordo gira em de US$ 4 bilhões, e segundo pessoas a par do assunto, o novo presidente-executivo da companhia quer contornar situação do conglomerado de luxo.
O acordo pode ser anunciado já na próxima semana, desde que as conversas não desandem de forma inesperada nem surja outro interessado no esquema. A movimentação acontece poucas semanas após o novo CEO, Luca Meo, assumir o posto.
A L’Oréal mantém sob sua gama de marcas de produtos de beleza, a Garnier e a Maybelline New York. Ao adquirir a divisão de beleza da Kering, a L’Oréal agregaria a fabricante de fragrâncias, Creed, ao seu portfólio – que contém produtos tanto para consumidores tradicionais quanto para profissionais.
A aquisição também daria à L’Oréal, sediada em Paris, a chance de promover e desenvolver novas ofertas em torno das marcas de moda da Kering, que também incluem Saint-Laurent, Bottega Veneta e McQueen, afirmaram as pessoas familiarizadas com o assunto.
Em 2023, a Kering lançou uma nova divisão de beleza, que buscava aproveitar o “boom” dos cosméticos e perfumarias e produzir os itens internamente, sob as marcas controladas, ao invés de licenciá-la a terceiros nessa categoria.
A empresa se moveu rapidamente para escalar o negócio de beleza, fechando um acordo de forma para adquirir a marca de fragrâncias Creed, ainda em 2023.
Entretanto, o esforço da holding acabou sendo barrado por uma série de dificuldades em outras partes da companhia. A Gucci – principal marca do conglomerado e líder em receitas – sofreu com uma forte queda nas vendas na China. Além disso, a Saint-Laurent foi pressionada por um negócio de atacado menor e por dificuldades no mercado norte-americano.
Uma venda, porém, poderia ajudar a Kering a reduzir o nível de dívidas da empresa, que somavam US$ 11 bilhões em 30 de junho deste ano.
A Kering decidiu apostar na experiência e competência de Luca Meo, que foi chefe da montadora francesa Renault, para reavivar e trazer novos ânimos ao conglomerado de luxo.
Meo assumiu o posto de François-Henri Pinault, cuja família fundou a Kering. Pinault segue como presidente do conselho da empresa.