Ibovespa
Ibovespa/ Foto: Pexels

A temporada de balanços do terceiro trimestre deve ser marcada pela desaceleração nos resultados das companhias de capital aberto, tanto as dependentes do mercado doméstico quanto as exportadoras, em meio aos efeitos dos juros elevados e aos impactos das tarifas de importação impostas pelo governo dos EUA.

Esse será o primeiro trimestre completo com os efeitos das tarifas norte-americanas, que começaram a valer em agosto. O tema, no entanto, perdeu força nos últimos meses, com a alta taxa de isenções propostas pelo governo de Donald Trump, o que limitou o impacto a setores específicos.

“Certamente o tema vai continuar a aparecer, mas com menor intensidade”, afirmou André Mazini, chefe de análise do Citi, em entrevista ao Valor Econômico. “Será interessante acompanhar quais estratégias foram utilizadas para mitigar esses efeitos.”

Em relatório recente, o BTG Pactual projetou que o impacto total das tarifas nos resultados da Embraer (EMBR3) ao longo do segundo semestre deve ficar entre US$ 50 milhões e US$ 60 milhões, com efeitos mínimos nas margens, dado o bom volume de pedidos e entregas da fabricante brasileira de aeronaves.

Na última segunda-feira (20), a companhia divulgou que sua carteira de pedidos atingiu o valor recorde de US$ 31,3 bilhões.

Analistas avaliam balanços e estratégias empresariais

Já em relação à WEG (WEGE3), que divulgou seu balanço do terceiro trimestre na manhã desta quarta-feira (22), bem como Tupy (TUPY3) e Iochpe-Maxion, os analistas devem observar as estratégias adotadas para transferir parte da produção a países com bases tarifárias menores que a do Brasil — e os custos envolvidos nesses movimentos.

“A parte de tarifas vai ser um pouco mais específica de alguns setores e deixou de ser algo muito relevante para o consolidado da bolsa depois da redução das alíquotas em julho”, avaliou Daniel Gewehr, estrategista-chefe do Itaú BBA. “Uma história que vemos nesta temporada será focada na geração de caixa operacional no atual cenário.”