Foto: Reprodução Redes Sociais
Foto: Reprodução Redes Sociais

Pesquisa realizada com pessoas de todo o país revelou que uma parte considerável da população brasileira opta por consumir produtos ilegais ou que tenham sua venda proibida.

Entre os principais produtos ilegais que contariam com preferência de porcentagem da população estariam bebidas, cigarros, combustíveis, eletrônicos e vestuário.

No caso das bebidas alcoólicas, por exemplo, 24% afirmaram que, a depender da situação, escolheriam uma bebida que tivesse origem ilícita.

Ainda nesse recorte, grande parte dos entrevistados (47,12%) afirmou que, sob nenhuma hipótese, escolheria consumir uma bebida alcoólica.

As entrevistas foram realizadas entre 23 de agosto e 7 de setembro e não chegaram a captar o medo que atingiu muitos consumidores após os primeiros casos de vítimas de bebidas que haviam sido “batizadas” com metanol.

A pesquisa foi feita pela Escola de Segurança Multidimensional (ESEM), da Universidade de São Paulo, em parceria com o Instituto Ipsos.

Produtos ilegais consumidos por preço baixo

O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (22) pelo jornal Valor Econômico, revelou que entre as explicações para a predisposição de consumo de bebidas ilegais estaria, em primeiro lugar, o preço mais baixo.

Outra justificativa que levaria à compra da bebida ilegal: se a qualidade fosse semelhante, ou, ainda se um amigo indicasse.

No caso dos cigarros, apenas 10% dos que responderam à pesquisa afirmaram que preferem comprar produtos que sabem que são ilegais.

A pesquisa se debruçou mais no mercado de cigarros eletrônicos, que não têm autorização da Anvisa para serem comercializados no país, mas cuja oferta clandestina no país é farta.

O patrocinador do levantamento da ESEM e da Ipsos é a Philip Morris Brasil, que faz campanha aberta para que os cigarros eletrônicos sejam regulamentados no Brasil.

A companhia argumenta que se o produto for regulamentado, será possível ao consumidor saber os ingredientes do produto — algo impossível hoje com a oferta 100% ilícita.

Maior porcentagem no consumo de vestuário

A predisposição à aquisição de produtos de origem ilegal é de 25% entre os consumidores regulares de vestuário. E de 20% tanto no caso de eletrônicos quanto no caso de combustíveis.

Em todos esses itens, o preço menor do que o produto original aparece com principal motivador.

Uma das conclusões da pesquisa diz respeito à percepção dos entrevistados sobre a importância ou não de se seguir as leis. E como isso influencia o consumo.

“Quanto mais o indivíduo internaliza a regra, a norma, como algo importante, como princípio da vida social, menos ele tem propensão a consumir bens ilícitos”, disse o professor Leandro Piquet, coordenador da ESEM.