
O presidente dos EUA, Donald Trump, testará sua capacidade de firmar acordos em uma região abalada por suas políticas comerciais duras. Ele embarca na sexta-feira (24) para uma viagem de cinco dias pela Ásia, com paradas na Malásia, no Japão e na Coreia do Sul.
Essa será sua primeira viagem à região e a mais longa ao exterior desde o início do segundo mandato, em janeiro. O ponto alto deve ser o encontro com o presidente da China, Xi Jinping, previsto para quinta-feira (30), na Coreia do Sul.
A visita ocorre enquanto Trump tenta consolidar conquistas na política externa — como o frágil cessar-fogo que ajudou a intermediar entre Israel e Hamas — e administrar crises em curso, como a guerra da Rússia na Ucrânia e as disputas comerciais com Pequim.
Nos últimos meses, Washington e Pequim elevaram tarifas e ameaçaram restringir o acesso a minerais e tecnologias estratégicas, ampliando a tensão entre as duas maiores economias do mundo.
Segundo fontes próximas às negociações, nenhum dos lados espera um avanço significativo que restaure os termos de comércio anteriores a 2025. As conversas têm se concentrado em administrar divergências e buscar ganhos pontuais.
Um possível acordo provisório poderia incluir redução parcial de tarifas, extensão das taxas atuais ou novas compras chinesas de soja e aviões Boeing.
Washington, por sua vez, poderia liberar a exportação de chips de alta tecnologia para Pequim, que avaliaria flexibilizar o controle sobre terras raras — um dos principais pontos de atrito entre os países.
Apesar de o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, ter classificado o encontro como “à parte”, Trump disse esperar uma “reunião bastante longa” com Xi, na qual pretendem “resolver muitas questões e dúvidas”.
Pequim ainda não confirmou oficialmente a reunião.
Além da China, Trump tentará firmar novos acordos comerciais com Canadá, Malásia e Índia, além de ajustar pontos de um tratado já existente com a Coreia do Sul.
As relações entre Washington e Seul ficaram estremecidas por divergências sobre investimentos de US$ 350 bilhões em empresas norte-americanas e pela deportação de trabalhadores estrangeiros.