Foto: Reprodução Agência Brasil
Foto: Reprodução Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a cúpula da ASEAN, na Malásia, para criticar a aplicação da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), e questionar o tarifaço dos Estados Unidos.

Segundo nota da Secom, Lula afirmou que a imposição da lei é “injusta”, já que o tribunal respeitou o devido processo legal e não houve perseguição. A declaração faz referência indireta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

Participaram da reunião, além de Trump, o secretário de Estado Marco Rubio, o secretário do Tesouro Scott Bessent e o representante comercial dos EUA Jamieson Greer. Rubio, inclusive, foi um dos responsáveis por críticas diretas ao STF em defesa de Bolsonaro.

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Marcio Rosa, afirmou que Lula destacou que o tarifaço norte-americano não se aplica ao Brasil devido ao superávit na balança comercial entre os dois países.

“O diálogo foi franco. O presidente Lula deixou claro que a motivação usada pelos EUA para elevar tarifas não se aplica ao Brasil por conta do superávit”, disse Rosa.

Crítica a empresários brasileiros

No mesmo dia, durante o encontro empresarial Brasil-Malásia, Lula criticou empresários que reclamam da tributação e dos juros altos, ressaltando que vencerão aqueles que buscam oportunidades internacionais.

“Tem dois tipos de empresários no Brasil. Aqueles que gostam de viajar, de garimpar oportunidades e vender e comprar. E tem aqueles que ficam no Brasil só se queixando da taxa de juros e da tributação. Então eu acho que vão vencer aqueles que garimpam e viajam em busca de oportunidades”, disse.

O presidente também destacou a necessidade de investimento em semicondutores, pedindo apoio da Malásia para aumentar a capacidade da cadeia produtiva brasileira.

“Precisamos que empresários da Malásia compareçam ao Brasil para investir na produção de chips, evitando que a indústria brasileira perca capacidade por falta de semicondutores”, afirmou.

Brasil como polo de energia limpa e hidrogênio verde

Lula ainda ressaltou o papel estratégico do Brasil na transição energética, destacando que o país vive um momento auspicioso e quer se tornar grande produtor de hidrogênio verde e energia limpa.

“O Brasil está crescendo acima da média mundial e quer se transformar num grande produtor de hidrogênio verde e energia limpa”, concluiu.