
O governo brasileiro aguarda um “gesto de boa vontade” do presidente Donald Trump para construir uma base sólida nas negociações envolvendo questões comerciais entre os dois países.
Durante a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o republicano Donald Trump, o brasileiro pediu a suspensão das sobretaxas de 50% impostas ao Brasil, antes do início de uma negociação capaz de resolver receios de natureza comercial de ambas as partes — como já ocorreu entre os EUA e outros países, entre eles a China.
O norte-americano concordou em iniciar imediatamente, no domingo (26), discussões colaterais. De acordo com o Valor, ficou acertado que as duas equipes se reuniriam no mesmo dia para definir como seria implementada a decisão política de conduzir uma negociação rápida, que beneficie ambos os lados e com “tudo sobre a mesa”. A delegação brasileira deixou claro que estavam excluídos temas como democracia e soberania nacional.
No mesmo dia, por volta das 21h (horário de Brasília), houve um telefonema em que Jamieson Greer, representante comercial dos EUA, solicitou o adiamento do encontro para esta segunda-feira (27), às 8h, devido à agenda pesada.
Reunião entre Brasil e EUA
A reunião ocorreu nesta manhã, no hotel da delegação norte-americana, com a presença, pelo lado brasileiro, do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira; do secretário-executivo do MDIC, Márcio Rosa; e do assessor internacional de Lula, Audo Faleiro. Representando os EUA, participaram Greer e o secretário do Tesouro, Scott Bessent.
Trump diz que acordo comercial com China está próximo
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira (27) que Washington e Pequim estão próximos de fechar um novo acordo comercial. A fala ocorre às vésperas de seu encontro com o líder chinês, Xi Jinping, previsto para quinta-feira (30), na Coreia do Sul.
Em coletiva de imprensa a bordo do Air Force One, a caminho do Japão, Trump afirmou que “as partes vão chegar a um acordo” e indicou que um entendimento sobre o futuro do TikTok no país pode ser assinado ainda nesta semana.
A declaração foi feita em meio a uma série de compromissos do presidente pela Ásia. De acordo com o InfoMoney, desde domingo (26), Donald Trump firmou novos acordos comerciais e de mineração com Malásia e Camboja, além de marcos de cooperação com Tailândia e Vietnã.