
A parcela de consumidores que desistiram de comprar em sites internacionais por causa do custo com o Imposto de Importação subiu de 13% para 38%, segundo a pesquisa Retratos do Brasil, encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) à Nexus e divulgada nesta segunda-feira (27).
O levantamento compara dados sobre hábitos de consumo da população entre maio de 2024 e outubro de 2025.
Marcio Guerra, superintendente de Economia da CNI, avaliou que o impacto da taxação de 20% sobre as importações de até US$ 50 é positivo para a indústria brasileira, por representar “o início de um processo que busca trazer mais justiça e competitividade para a indústria nacional”.
Segundo ele, contudo, a alíquota ainda está aquém do necessário para equilibrar o cenário tributário. “A carga tributária de outros países é muito menor que a nossa”, afirmou, em entrevista ao Valor.
De acordo com o levantamento, a desistência por conta do imposto chega a 51% entre pessoas com ensino superior, 46% entre jovens de 14 a 40 anos, 45% entre quem ganha mais de cinco salários mínimos e 42% entre os moradores do Nordeste.
Indústria: faturamento cai 5,3% em agosto, diz CNI
O faturamento das fábricas brasileiras apresentou uma queda de 5,3% em agosto, de acordo com os Indicadores Industriais divulgados nesta terça-feira (7) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). O desempenho negativo em relação a julho já considera os dados dessazonalizados.
Na comparação com agosto do ano passado, a queda nas vendas do setor foi de 7,6%. Mesmo com a quarta queda no indicador em seis meses, o desempenho de janeiro a agosto deste ano ainda é 2,9% melhor que o registrado nos primeiros oito meses de 2023.
Impacto da Queda no Faturamento Industrial
Segundo a especialista em Políticas e Indústria da CNI, Larissa Nocko, a tendência de queda no faturamento industrial é consequência de vários fatores. “O primeiro deles é o patamar elevado dos juros, que impacta o crédito e o crescimento econômico, como um todo. Um segundo elemento é a entrada de bens importados, especialmente de bens de consumo, capturando boa parte do mercado consumidor da indústria nacional e prejudicando o setor. Além disso, a valorização do real torna os produtos brasileiros mais caros lá fora, impactando as empresas exportadoras”, afirmou, em nota, de acordo com o InfoMoney.