
Segundo a Ambipar (AMBP3), a recuperação judicial apresentada na última terça-feira (21) está ligada a operações financeiras conduzidas por seu ex-diretor financeiro, João Arruda, pelo ex-vice-presidente do Deutsche Bank, Henrique Ramin.
Em fevereiro de 2025, Arruda e Ramin estruturaram um bond com o intuito de captar US$ 493 milhões, com hedge cambial feito pelo Deutsche Bank — do qual Ramin já era vice-presidente havia quase seis meses — e decidiram transferir para o banco alemão também o hedge de um bond de 2031, feito quando ambos ainda estavam no BofA (Bank of America). A justificativa apresentada foi de que a mudança reduziria custos para a Ambipar (AMBP3).
Já em março deste ano, ambos começaram a estruturar o chamado PIK Bond — instrumento financeiro que adia o desembolso de caixa, mas eleva o endividamento total. Segundo informações do Metrópoles, trata-se de um título em que os juros são pagos com a emissão de novos papéis de dívida.
A companhia ainda alegou que o banco alemão chegou a fazer ameaças diárias caso as margens não fossem depositadas. Na prática, isso significa que 100% das dívidas venceriam de imediato.
Com a informação do contrato do PIK Bond, o Banco Santander também antecipou o vencimento de US$ 112 milhões, passando a exigir pagamento imediato. O Itaú também seguiu um caminho similar, ameaçando cobrar US$ 90 milhões de uma dívida contratada nos EUA. Criou-se, então, um espiral, de acordo com a Ambipar.
Impacto da Perda de Valor dos Bonds
O gráfico abaixo mostra que os bonds passaram a perder valor e iniciaram uma tendência de baixa em 20 de março de 2025 — na mesma data em que os COEs foram lançados.