Celular com Carteira de Trabalho Digital. (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)
Celular com Carteira de Trabalho Digital. (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

O Brasil gerou 213.002 empregos formais no mês de setembro, dizem os dados do Novo Caged, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego na tarde desta quinta-feira (30). O resultado é fruto de 2.292.492 admissões e 2.079.490 desligamentos em todo o país.

No acumulado do ano, de janeiro a setembro de 2025, o saldo chega a 1.716.600 novos vínculos com carteira assinada, um crescimento de 3,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior, elevando o total de vínculos formais para 48.912.343.

Levando em consideração os últimos 12 meses (de outubro de 2024 a setembro de 2025), o país contabiliza 1.399.904 novos postos de trabalho. Além disso, todos os cinco grandes agrupamentos de atividades econômicas tiveram saldo positivo no mês de setembro.

O setor de Serviços liderou a geração de empregos, com +106.606 postos de trabalho (+0,5%), seguido pela Indústria, que criou +43.095 vagas (+0,5%). O Comércio apresentou saldo de +36.280 empregos (+0,3%), enquanto a Construção Civil gerou +23.855 postos (+0,8%). Já a Agropecuária encerrou setembro com +3.167 novas vagas (+0,2%).

No nono mês do ano, todas as 27 unidades do Brasil tiveram saldo positivo de empregos formais. Em resultados absolutos, os destaques foram: São Paulo (+49.052 vagas), Rio de Janeiro (+16.009) e Pernambuco (+15.602). Já em termos proporcionais, os maiores crescimentos ocorreram em Alagoas (+3%), Sergipe (+1,7%) e Paraíba (+1,1%). As menores variações foram registradas em Roraima (+295 postos, ou +0,35%), Amapá (+735, ou +0,72%) e Acre (+845, ou +0,73%).

Correspondem a empregos típicos 78,9% dos postos de trabalho gerados, enquanto 21,1% são considerados não típicos, com destaque para os vínculos de trabalhadores com jornada de até 30 horas semanais (+27.527) e aprendizes (+15.357).

Para Leonardo Costa, economista do ASA, “o mercado de trabalho segue exibindo desaceleração bastante gradual, com pequena redução na média móvel; apostamos em esfriamento gradual da atividade doméstica.”

Queda no salário médio e mais homens do que mulheres

O salário médio real de admissão recuou R$ 20,61 em comparação com agosto, a R$ 2.286,34.

Entre os trabalhadores típicos, o salário médio foi de R$ 2.332,47, valor 2% superior à média geral. Já entre os não típicos, a média salarial foi de R$ 1.949,35, o que representa 14,7% abaixo da média geral.

Já no que tange ao perfil dos trabalhadores, as contratações foram mais favoráveis a homens, com +117.145 vagas, do que às mulheres, com +95.857 vagas criadas.

Os jovens de 18 a 24 anos (+110.953) e os adolescentes de até 17 anos (+31.105) foram os principais responsáveis pela expansão do emprego formal, concentrando 67% dos novos postos de trabalho no mês.

Desempenho por setor

Destrinchando os cinco grandes agrupamentos de atividades econômicas, o setor de Serviços foi o principal responsável pela geração de vagas, com +106.606 postos de trabalho (+0,5%), refletindo o bom desempenho de diversas áreas. Entre os destaques, estão:

  • Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+52.873), impulsionadas sobretudo por Atividades Administrativas e Serviços Complementares (+36.794), com ênfase em Locação de Mão de Obra Temporária (+11.251);
  • Administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+16.985);
  • Alojamento e alimentação (+15.368);
  • Transporte, armazenagem e correio (+14.105).

Na Indústria, houve crescimento de +43.095 postos de trabalho (+0,47%), com destaque para:

  • Fabricação de produtos alimentícios (+24.131);
  • Fabricação de produtos de borracha e de material plástico (+2.377).

O Comércio foi o terceiro maior gerador, com +36.280 postos (+0,3%), principalmente no Comércio Varejista (+23.672).

A Construção Civil também apresentou saldo positivo, com +23.855 postos (+0,8%), impulsionada por:

  • Construção de edifícios (+10.540);
  • Serviços especializados para construção (+7.079).

A Agropecuária registrou saldo de +3.167 postos (+0,17%), com destaque para:

  • Cultivo de cana-de-açúcar (+2.978), principalmente em Pernambuco (+1.857);
  • Cultivo de laranja (+1.258).