
O Bitcoin encerra outubro sob pressão, em meio à aversão global ao risco e à cautela dos investidores após a decisão do Federal Reserve.
Embora o corte de juros em 0,25 ponto percentual já estivesse precificado, o discurso de Jerome Powell trouxe incerteza sobre o ritmo futuro de afrouxamento monetário e a persistência da inflação nos Estados Unidos.
“O mercado esperava um sinal mais claro do Fed, mas o tom foi conservador”, avaliou Guilherme Prado, country manager da Bitget. “Isso gerou uma reprecificação rápida dos ativos de risco e manteve os investidores mais defensivos.”
Pressão e reavaliação de expectativas
Com o novo cenário, o preço do Bitcoin chegou a recuar até a região de US$ 106 mil, antes de se recuperar parcialmente. O movimento reflete o impacto da política monetária norte-americana sobre os ativos digitais e a busca por proteção em meio ao dólar mais forte.
Especialistas apontam que o mercado cripto vive um momento de maior seletividade. “O investidor continua exposto, mas com foco em fundamentos e qualidade. É um ciclo de maturidade”, afirmou Prado.
ETF de Solana reforça avanço institucional
Apesar da volatilidade, a adoção institucional segue como tendência estrutural. Por isso, a estreia do ETF de staking de Solana nos EUA ampliou o interesse por alternativas a BTC e ETH, sinalizando diversificação dentro do portfólio cripto.
“O avanço dos ETFs mostra que o investidor institucional busca exposição mais estratégica”, explicou o analista. “Isso cria uma base sólida de longo prazo para o mercado.”
Bitcoin mantém suporte técnico
No momento, o BTC opera próximo de US$ 110 mil, região tratada como suporte. Para demonstrar força compradora, analistas observam fechamentos consistentes acima de US$ 113 mil. Dessa forma, até lá, o cenário mais provável é de consolidação lateral e alta volatilidade.