
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende gastar 57% a mais do que o previsto para a reforma geral da Praça dos Três Poderes, em Brasília. A obra, que está prevista para iniciar em novembro, vai custar R$34,7 milhões.
Mais de R$12 milhões acima dos R$22 milhões anunciados em abril deste ano.
A obra será bancada com verbas da Petrobras e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), através da Lei Rouanet.
O responsável pela reforma, (Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) informou que o valor cresceu por causa de “ajustes posteriormente feitos”. Foram incluídos no gasto global custos de administração da obra e de um projeto cultural que abrange “extenso programa de educação patrimonial”, além de uma “exposição móvel” e “outras atividades”.
A praça, que era responsabilidade do governo do Distrito Federal, recebeu críticas da primeira-dama Rosângela da silva à conservação do local em 2024, após o ocorrido, o presidente decidiu assumir a revitalização.
O espaço Idealizado por Lúcio Costa e projetado por Oscar Niemeyer no projeto original de Brasília, se encontra deteriorado há anos, apesar da importância simbólica e arquitetônica.
Obra simbólica visa restaurar a Praça dos Três Poderes e reforçar a democracia
O governo federal retirou da administração distrital a responsabilidade pela obra ao incluir a reforma no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A revitalização da praça foi um dos 105 projetos de preservação do patrimônio histórico selecionados.
Recentemente, a Praça dos Três Poderes foi cenário dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e de uma tentativa de explosão de bomba contra o STF (Supremo Tribunal Federal). Entre outras instalações, abriga a Chama Eterna da Democracia, monumento que simboliza a liberdade e a democracia no Brasil.
A reforma prevê a recuperação integral do piso e das estruturas comprometidas, o restauro de obras de arte e monumentos, a revitalização dos espaços culturais e a modernização da iluminação.
De acordo com o projeto, a praça também terá áreas de convivência com bancos e coberturas.
Estão incluídas ainda a instalação de câmeras de segurança, melhorias na iluminação, ampliação da acessibilidade para pessoas com deficiência e sinalização turística e visual.
As especificações do projeto foram apresentadas pelo presidente do Iphan, Leandro Grass, durante evento em abril, em comemoração aos 65 anos de Brasília.
Na ocasião, ele estimou o custo em R$ 22 milhões e anunciou o início das obras para julho deste ano, prazo que não foi cumprido.
“A Praça dos Três Poderes é a praça mais importante do Brasil, pois reúne os três poderes e representa a democracia e a inclusão social”, destacou.
Em comunicado publicado ontem (1º), o Iphan e o Ministério da Cultura — ao qual o órgão está vinculado — reforçaram o caráter simbólico da intervenção.
“Dar início a este restauro reafirma nosso compromisso com a memória e com o futuro do país. Após os ataques que atingiram este espaço, celebramos hoje a reconstrução, o cuidado e a democracia. Com o apoio da Lei Rouanet, garantimos preservação, acessibilidade, respeito ao projeto original e a devolução ao povo brasileiro de um local que sempre lhe pertenceu”, disse a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
Em nota à reportagem, o Iphan informou que os R$ 34,7 milhões serão captados por meio da Lei Rouanet. O aumento em relação à estimativa inicial se deve à inclusão de custos de gestão da obra e de um projeto cultural associado, que sozinho terá investimento de R$ 5.019.583,79.
“O valor de R$ 22 milhões mencionado em abril não incluía o projeto cultural e educativo, nem os ajustes posteriores e a administração da obra”, explicou o órgão.