Foto: Pedro França/Agência Senado
Foto: Pedro França/Agência Senado

Com a aproximação da prisão de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reiterou sua pré-candidatura ao cargo máximo do Executivo e disse que pretende disputar a cadeira mesmo se for para perder.

Eduardo Bolsonaro criticou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e disse que ele “não serve” para ser candidato presidencial. Segundo o parlamentar, Tarcísio não representa seu grupo político, mas sim o mercado financeiro.

Durante entrevista ao canal Market Makers no YouTube, Eduardo disse que, se Bolsonaro não concorrer em 2026, gostaria de ser o candidato.

O ex-presidente está inelegível até 2030, por duas decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e foi condenado a 27 anos e três meses de prisão pela Primeira Turma do STF (Superior Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado.

“Quem vai ser o candidato eu não sei. Mas eu também vejo vitória na derrota. Se, por exemplo, eu conseguir uma candidatura, seria, obviamente, uma candidatura competitiva. Várias pesquisas dão conta disso”, disse o parlamentar, na entrevista.

“Ainda que, de maneira arriscada, apostássemos e eu viesse a perder, nós conseguiríamos ter um êxito de manter acesa a chama do conservadorismo, o eleitor de direita”, disse.

Eduardo critica ‘establishment’ e Tarcísio de Freitas

Eduardo criticou o que chama de “projeto do establishment” que “quer enterrar Bolsonaro e o bolsonarismo para colocar adiante um candidato que seja pintado de direita” e citou a articulação de lideranças do famoso Centrão, com o ex-ministro da Casa Civil do Governo Bolsonaro e presidente nacional do PP (Partido Progressistas), Ciro Nogueira, para lançar ao cargo do Executivo um candidato de centro-direita que não seja da família Bolsonaro, como o governador Tarcísio de Freitas.

“Existem pessoas que não querem o Jair Bolsonaro, mas querem um candidato que minimamente se identifique com a direita. Então passaram a apresentar o Tarcísio de Freitas como sendo esse candidato. No entanto, tenho algumas diferenças com o governador Tarcísio, diferenças de visão política”, disse Eduardo.

“Ele não está na mesma prateleira de um petista, mas não o coloco na mesma prateleira que eu dentro do jogo político. Ele acha que o voto de direita e os políticos de direita já estão com ele, então ele busca apoiar o centro e por vezes até uma brecha para a esquerda”, afirmou.

O deputado manteve suas críticas ao governador, ex-ministro da Infraestrutura do Governo Bolsonaro e eleito com apoio do ex-presidente. “Tarcísio sendo eleito é vitória da direita? Não. É visto com bons olhos pela Faria Lima porque ele é conectado à Faria Lima”, disse. Segundo Eduardo, o bolsonarismo deve apresentar um candidato que tenha projeto próprio para o país e descartou o governador paulista. “Tarcísio, com todo respeito, não me serve”, disse, defendendo em seguida que o candidato “bata de frente com o establishment”.

O governador de São Paulo tem afirmado nos últimos tempos que não pretende concorrer à Presidência da República em 2026. Aliados de Tarcísio ponderam que ele só será candidato presidencial se tiver apoio de Bolsonaro e do bolsonarismo, mas o ex-presidente ainda não decidiu quem lançará na próxima eleição.