
As presidências da COP29, do Azerbaijão, e da COP30, do Brasil, anunciaram um plano para mobilizar pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano em financiamento climático para países em desenvolvimento até 2035. Informações via Agência Brasil.
Os presidentes Mukhtar Babayev e André Corrêa do Lago enfatizaram que a meta é alcançável, mas exigirá esforços significativos tanto de fontes tradicionais de capitação quanto da criação de mecanismos financeiros novos.
“Precisamos agir, e o momento é agora. Os compromissos climáticos para 2030 e 2035 nos oferecem uma oportunidade rara de transformar promessas em desenvolvimento real e sustentável, protegendo o planeta, gerando empregos, fortalecendo comunidades e garantindo prosperidade para todos”, declarou Babayev.
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 será realizada em Belém (PA) e vai de 10 a 21 de novembro.
O Mapa do Caminho Baku e Belém, que estabelece os pontos prioritários da conferência, estabelecem:
- Reabastecimento de subsídios, financiamento concessional e capital de baixo custo
- Reequilíbrio do espaço fiscal e da sustentabilidade da dívida
- Redirecionamento de financiamento privado transformador e redução do custo de capital
- Reestruturação da capacidade e da coordenação para portfólios climáticos em escala
- Reformulação de sistemas e estruturas para fluxos de capital equitativos
A meta de US$ 1,3 bilhão visa ampliar o acesso para países em desenvolvimento e fortalecer os resultados em áreas como adaptação, perdas e danos, energia limpa, natureza, sistemas alimentares e transições justas.
O presidente Corrêa Lago afirmou que este é o início de uma nova era de transparência para o financiamento climático.
“Para acelerar a implementação do Acordo de Paris, a ação climática precisa estar integrada a reformas econômicas e financeiras concretas. Com as 5Rs, o Mapa transforma a urgência científica em um plano prático de cooperação global e resultados efetivos”, afirmou o presidente da COP30.
COP30 impulsiona corrida a fundos sustentáveis no Brasil
O mercado de fundos sustentáveis no Brasil registra crescimento contínuo e recorde de captação neste ano, impulsionado, em parte, pela realização da COP30 no país. Dados da Anbima mostram que o patrimônio desses fundos chega a R$ 50 bilhões, distribuído em cerca de 250 fundos, e mais de 200 mil investidores já aplicaram recursos em produtos com critérios ESG.
Segundo Carlos Takahashi, diretor da Anbima, o interesse está ligado tanto à visibilidade do evento quanto à maturidade do mercado:
“A COP30 é um marco sem dúvida nenhuma. Ela cria visibilidade e direciona tanto investidores quanto emissores a se engajarem em soluções de longo prazo.”