Entregadores de aplicativo (Crédito: Paulo Pinto/ Agência Brasil)
Entregadores de aplicativo (Crédito: Paulo Pinto/ Agência Brasil)

Há pouco menos de uma semana de sua estreia, a empresa chinesa de delivery Keeta já está passando por maus bocados. Entregadores de Santos (SP) já estão organizando protestos contra a empresa neste sábado (8). Segundo apurações, os trabalhadores reclamam contra as condições de trabalho impostas pela plataforma, que iniciou operações testes nas cidades do litoral paulista no último dia 30. Os mais de 300 trabalhadores ameaçam suspender o trabalho. 

O movimento ganhou destaque após uma reunião com representantes da companhia nesta semana. Segundo os entregadores, os executivos somente trataram de problemas técnicos do aplicativo, como o consumo excessivo de bateria, mau funcionamento do GPS, travamentos e lentidão. 

Os representantes evitaram conversas com os trabalhadores acerca das taxas, bônus e remunerações de entregas, pontos críticos das queixas.

Segundo o colunista Guilherme Amado, do PlatôBR, os entregadores reclamam dos bloqueios automáticos de 30 minutos após a recusa de corridas, além da pressão de permanecer conectado durante turnos fixos sem pagamentos por horas consecutivas logadas. Os trabalhadores citam que tais penalidades não existem nas plataformas concorrentes.

A dona da Keeta, a Meituan, chegou ao Brasil após anunciar um forte investimento de R$ 5,6 bilhões, mas já possuía um longo histórico de controvérsias trabalhistas e de mercado. A empresa já enfrentou acusações de práticas abusivas em Hong Kong. Além disso, na China, a empresa foi multada em R$ 2,6 bilhões por práticas anti concorrência.

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) decidiu monitorar as operações da chinesa Keeta, além do iFood e Rappi, perante uma série de disputas no mercado de delivery.